ESCONDI O AMOR E ME PERDI NO TEMPO DO AMOR

Buscando ser comedido, fui idiota, e perdi um amor lindo que explodia em minha adolescência

Ela passava, eu corria para ver e fingia que olhava somente o poste do outro lado da rua...

Escondia o amor com medo dela repudiar-me ao saber de minha intenção de tê-la bem juntinho. Seus cabelos soltos, sua cintura fininha e aquele andar de quem desliza nas nuvens.

Pensava que ela fosse demais para mim, muita mulher para um pobre menino.

Passei noites acordado fazendo planos de quando eu fosse rico declarar o meu amor. Chegaria em sua casa de carro de praça, que era o nome de taxi hoje em dia, e diria o seu pai:- Senhor Liu, venho pedir a mão de sua filha.

Esperei tanto pelo dia de estar próximo, respirar o mesmo ar, ver os seus olhos perto do meu...

Passava brilhantina nos cabelos e tentava ser o mais ajeitado possível. Estufava o peito, retesava o braço para ver o “muque” e logo via que tudo aquilo não tinha sentido.

Esperei tanto nos dias raros em que ela não passava vinda do colégio.

Sua família não era rica, mas tinha bem mais posse do que a minha, e isso me fazia sentir que nosso mundo era diferente, que ela não daria importância pra mim. Sentia-me insuficiente de manter o nosso lar no jeito que ela merecia. Pensava tão na frente, quanto ainda, sequer, havia tocado em sus mãos.

Mais tarde, graduei-me em Ciências Econômicas, Ciências Jurídicas, fui Professor, Coordenador de Ensino, mas nada disso valia para a conquista do amor que ficou lá trás, que definitivamente perdi.

Por tudo que vivi penso que só se deve viver o agora, que o depois fique pra depois.

Evaldo.