LIGUE O SOM AO ENTRAR NO SITE DO ESCRITOR PARA APRECIAR ESTA CRÔNICA COM FUNDO MUSICAL:      

 http://www.cidmay.com/



 
ESPELHOS

 
        Há folhas e flores refletidas na calma das águas, com todas as suas graças, cores e purezas, fiéis aos seus encantos e verdadeiras em suas essências;
       Aves se espelham pensativas e, inocentes, brincam  e brigam consigo mesmas, na calma do lago buscando, talvez, decifrar o outro lado que encontram;
      O sol procura sua imagem nas águas tranquilas do rio compartilhando-se e beijando as ondas mornas e calmas do mar, sem fugir, ou se enganar, refletindo o que é; 
       As paisagens naturais refletem-se como pinturas sem mácula, comprometidas e irmanadas com os lagos estáticos, sem se equivocarem nunca diante da serenidade com que se espelham;
       As estrelas beijam as águas serenas sem perderem seu brilho espelhado e a lua segue seu exemplo, admirando-se no rio adormecido mergulhando-se, sem perder seu autêntico formato esférico;
      Os navios ao descansarem, acalmam o leito em que dormem refletindo suas luzes sem desvirtuarem suas cores; as canoas estacionam sem precisarem mudar suas intenções de rumo, apenas compartilhando sua imagem com as águas amigas.
       Nos momentos estáticos e de quietude, podemos rever os reflexos das nossas essências verdadeiras, com todos os matizes, purezas e impurezas, sem que os turbilhões da vida impeçam o espelhamento de nós mesmos. 
      Com serenidade, devemos nos olhar de frente, procurando visualizar o outro lado do nosso eu, brigando conosco, ou rindo de nós mesmos. E, ao rir e depois silenciar, escutando apenas a leve brisa, veremos o quanto pequenos somos.
       A natureza se espelha com perfeição diante das águas serenas e cumpee sua tarefa sem desvios.
     O nosso mundo interno sempre se refletirá a nossa frente, principalm
ente nos minutos de parada proposital, espelhando um céu claro ou cinzento de nós mesmos, comprometido com esta divina quietude.
       Vemo-nos, como realmente somos, sem máscaras.  
Serenamente, sem fugir, poderemos perceber quem realmente somos, sem enganos, o que queremos e o que fazemos, sem deixar o marulhar da vida ofuscar o nosso pensar. 

      Ao descansar o corpo, descansamos a mente aquietando a alma, refletindo a nossa luz sobre nós mesmos, mostrando caminhos.
Na serenidade do espírito, desviaremos a atenção dos murmúrios da vida afora e despertaremos a consciência para perceber não somente o nosso lado refletido...

       Existem outras paisagens e seres refletidos, além da nossa face.
E, nesse despertar sereno, introspectivo, de encontro com o nosso próprio ser, colocaremos outras faces diante do espelho, que, transitando no nosso caminho suplicam pelo nosso amor.   
               

 
 

 
*********

Obs: Texto também formatado em pps pela autora:
 
               
Cida Maia Oliveira
Enviado por Cida Maia Oliveira em 01/02/2012
Reeditado em 04/08/2016
Código do texto: T3474929
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.