O AMOR É LINDO, ENERGIA MAIOR, MAS SE CUIDE...

Já fiz tanta asneira por causa do amor, e hoje em dia corro o risco de ouvir alguém dizer: - Ah... mas aquilo não era amor!...

Bem não vou discutir tese, mas só dizer que na época o que eu sentia era vital para minha vida, meu interesse maior. Já até confundi sonho com realidade. Tomar banho, me perfumar, me ajeitar todo, não para sair, mas para dormi e sonhar com ela. Pode? Pode sim, aconteceu comigo, diversas vezes.

Quantos tombos já levei por causa do amor, do amor que estava distante e que não queria vir. Até mesmo porque ele não foi chamado, expressamente, e ele não entendia a linguagem implícita e, às vezes, a do absoluto silêncio.

Nunca pedi socorro, tinha vergonha de incomodar alguém para dizer de um dor que sentia, principalmente porque sabia que somente eu poderia curar aquela dor. Uma dor boba, doida, mas bem doída. Dizer o que se eu até tinha vergonha de viver aquela dor? Dor de Bocó, como se dizia antigamente. Atualmente é de Mané, Otário, e vai por ai...

Mas a gente não é o mesmo para sempre, e depois, adulto, fui namorado, (amante como se dizia naquela época), de duas cantoras famosas, algumas mulheres da alta sociedade do Rio de Janeiro, mas acontece, que para tristeza e falta de realização, elas não foram tão necessárias, não as busquei com intensidade como busquei meus amores da adolescência. Creio que fui o adolescente mais romântico e mais babaca que já existiu naquele tempo.

A maior parte das dificuldades foi gerada pela falta de dinheiro. Tinha que ter cuidado ao andar nas calçadas do centro da cidade: pela manhã os empregados das lojas lavavam a calçada, muita água e sabão, e quando não era água e sabão era binga de cigarro acesa, naquela época em todo lugar movimentado uma porção; e meus sapatos eram sempre furados. O recurso era uma meia sola no sapato, mas como eu só tinha um par teria que encontrar um sapateiro para fazer o serviço em um feriado ou domingo, e eu não encontrei; sábado eu trabalhava, e a noite dos dias úteis eu estudava. Comprar outro par de sapatos foi ficando para depois, o meu dinheiro ia para as passagens de ônibus e barca, livros e cadernos e ajudar em casa, nada sobrava. Mas, isso de ser pobre dava sintoma de fraqueza para enfrentar e concorrer no amor. São coisas que só que foi bem pobre consegue entender

Depois, adulto, a vida mudou tanto, e até penso que curti mais do que devia, Teve época que eu vivia quase todas as noites em Motel, mas nada disso conseguiu me dar o que eu quis na adolescência, um amor pleno, dedicado e exclusivo com a mulher amada.

Nada a reclamar, só dizer que o Amor é lindo, mas também funde o juízo da gente.

Um verso de uma música diz: “O Amor só é sublime, para quem sabe amar”. E eu pergunto: - quem sabe? Pouca gente, pouquíssima, eu mesmo respondo. Pensando ainda, que talvez ninguém sabe amar. O amor na adolescência é confuso, isso sim, pode crer.

Creio que fui o adolescente mais romântico e mais babaca, daquela época, mas se o tempo voltasse..., confesso que não sei o que faria, talvez fosse o mais Babaca novamente.

Evaldo.

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