ABELHAS

Desde os anos de 1950 sou apicultor, isto é, lido com abelhas. Naquela época elas, abelhas, eram (não digo dóceis porque não nos acariciavam) mas, mais pacíficas que as de hoje. Depois que as abelhas africanas dominaram as européias, a produção de mel se multiplicou muitas vezes, mas os apicultores tiveram que se munir de cuidados contra seus ferrões. Hoje para se colher o mel nos apiários, temos que colocar além da veste comum, um macacão, máscara com viseira de tela, luvas e botas e um bom fumegador. Sabem que apesar de assim vestidos, eu (burro na frente) e meu amigo José Guidi (que hoje já colhe mel lá nas alturas) muitas vezes ainda tínhamos de correr para longe das colmeias. Um enxame forte possui de trinta mil a mais abelhas. Vivem agrupadas em famílias e uma abelha não pode invadir o cortiço ou colméia (caixa) das outras. Cada colméia possui uma só rainha, a única que é fértil e que pode depositar nos alvéolos de dois a três mil ovos por dia. Alvéolos são os locais nos favos aonde as abelhas operárias depositam o néctar das flores para produzir o mel. A Natureza é tão sábia que enquanto as abelhas vão de flor em flor sugando o seu doce néctar, estão levando pólen para fecundar outras flores que produzem frutos gostosos para nós humanos e cujas sementes se irão transformar em outras árvores.

As abelhas nas colméias não trabalham sob a luz solar. Elas vedam com a própolis ou própole (resina escura retirada de vegetais) qualquer orifício que houver na colméia, menos o alvado (local por onde as abelhas entram e saem do cortiço), os quais se acham ainda demasiados, elas o fecham uma parte. A vida das abelhas operárias é de quarenta a quarenta e cinco dias enquanto que a rainha dura de três a cinco anos. Durante os primeiros dezoito dias de vida uma abelha operária, ela fica dentro da colméia fazendo arrumação. Nada estranho ao trabalho delas permanece dentro das caixas onde trabalham. Tanto que os fios com que se afixam alguns favos com este ou aquele propósito, as abelhas roem e os retiram das colméias, o mesmo acontecendo com os insetos que se arriscam a lá penetrar. Assisti diversos cursos para apicultores, mas hoje, arrendei minhas colméias (20) para um profissional e recebo uma certa quantia em mel.

A flor predominante em nossa região é a de eucalipto e dizem que o nosso mel é medicinal (“a propaganda é a alma do negócio”).

Esqueci-me de falar sobre os zangões os machos da colméia. Eles nada fazem, além de fecundar a rainha no seu vôo nupcial. Vivem na comunidade só chupando o doce mel e quando se tornam em demasia as próprias abelhas os destroem. São poucos nas caixas e o mais rápido em uma só vez é quem fecunda a rainha. Agora, se quem me lê quiser, se estiver mesmo interessado em saber mais, sobre abelhas, que compre um Manual do Apicultor ou coisa parecida. Rsrsrs.

Ayres Koerig
Enviado por Ayres Koerig em 04/02/2012
Reeditado em 04/02/2012
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