O QUE É BOM DURA POUCO
 

O veraneio  acabou... E eu cá de volta feito o poeta português Vitorino Nemesio, com os ouvidos de sal ouvindo o som das ondas de um mar distante pronta para encarar a rotina, enquanto  aguardo o meu momento de Bento Teixeira (nasceu lá pelos idos de 1565 e é considerado o mais antigo poeta brasileiro) e, feito ele, consiga entrar para história dos movimentos literários - que anda parado – reinventando a prosopopéia,  porque o   Bento usou do recurso e não se saiu lá essas coisas,  o seu único poema é tido como um poema sem mérito algum de inspiração, poesia ou forma e aqui pra nós , ele também deitou e rolou em cima dos Lusíadas de Camões, que diga-se de passagem, nem reclamou do plágio, no final das contas o poema foi considerado um laudatório ao terceiro donatário da capitania de Pernambuco, Jorge de Albuquerque Coelho. Contudo, teve a sua importância cronológica de primeira produção literária publicada  por um brasileiro, no ano de 1601.

E eu nessa história? Acho que cheguei tarde... Essa figura de linguagem conhecida por “prosopopéia” já andou pelas penas de muitos. Do Drummond, quando diz: “As casas espiam os homens / Que correm atrás das mulheres;
 
Rubem Braga:
Os prédios são altos e se espreitam traiçoeiramente com binóculos na sombra”;
 
Cecilia Meireles: O cipreste inclina-se em fina reverência
e as margaridas estremecem, sobressaltadas.


Machado de Assis: “Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:
- Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!”


Cest fini, estou aqui saindo  pela tangente  e vou encangar grilo ali mais na frente, na casa de Milla querida.



 



 
 
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Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 06/02/2012
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