Mistérios insondáveis

Parte 1

Há alguns dias em um banheiro de rodoviária creio ter descoberto a resposta para um mistério que atormenta o universo masculino desde a invenção da privada.

“Por que as mulheres só vão ao banheiro acompanhadas por outras mulheres?”.

É claro, minha idéia trata-se apenas de uma hipótese já que até o momento ciência alguma se habilitou a se aventurar nesse universo.

Creio que tanto minha teoria quanto a origem do universo, se manterão no patamar de “suposições” ainda por bastante tempo, frente à falta de recursos tecnológicos que possibilitem a experimentação comprobatória de tais idéias.

Mas meu grande insight aconteceu enquanto higienizava minhas mãos no lavatório do banheiro do terminal rodoviário já citado anteriormente, nesse instante um senhor já com um pouco mais de meia-idade já terminado seus afazeres naquela instalação se dirigia em direção a saída, foi nesse instante que fiz a infeliz interrupção:

_Com licença, mas o senhor soltou uma presilha da calça!

O que eu achava ser um ato de extrema nobreza foi dessa forma retribuído:

_Sabe meu jovem! É justamente isso que me deixa feliz em pagar em dia tudo que compro.

Continuando:

_ A gente pode usá-las da forma que quiser e ninguém tem conta com isto!

Deu-me as costas e saiu, resmungando guturalmente alguma coisa.

Depois de tão astronômica “patada”, cheguei a uma possível resposta para a pergunta inicial.

Bom! Acompanhem meu raciocínio.

O motivo de tão ríspida atitude, daquele senhor no banheiro pode ter sido apenas um, “orgulho”.

Os homens, quando me referir a “homem” entenda pelo gênero masculino, são naturalmente seres competitivos, heranças do período que ainda vivíamos na selva, competem por território, espaço pela fêmea.

Assim surge como uma conseqüência coletiva entre todos os homens:

“A ultima coisa que aquele cara quer é que eu me dê bem”.

Esta consciência coletiva leva os homens a permanecerem na retaguarda, quando no trato com outros do mesmo gênero.

Penso que aquele senhor deveria ter esses sentidos mais acurados que os demais, ou era apenas azedume mesmo. O levando a reagir dessa forma.

Já quanto as mulheres, estas no período citado acima, deveriam conviver em uma sociedade patriarcal e poligâmica, onde eram obrigadas a tolerar outras fêmeas debaixo do mesmo teto, ou seria mais adequado formação rochosa, ou ainda copa de árvore.

O fato é que enquanto o homem caçava, estas permaneciam no lar e acabaram por criar laços afetivos que impregnaram o seu código genético. Surge ai uma cumplicidade genética comum a todas as mulheres. Ou melhor, pelo menos as ocidentais, com as quais tenho mais contato.

E esse sentimento de agressividade comum entre os homem não foi compartilhado pelas mulheres.

Em algum lugar da história evolutiva do homo sapiens, a vaidade feminina se intensificou além da vaidade masculina, e essa cumplicidade passou a ser uma ferramenta.

Aqui se faz necessária uma segunda pergunta:

“O que as mulheres vão fazer ao banheiro?”.

Alguns diriam: “Necessidades fisiológicas?”.

Eu diria: “Também”.

O que elas vão realmente fazer no banheiro é:

1. Retocar o visual. - Por mais que elas tenham, alisado, hidratado, cacheado, tingido, penteado os cabelos sempre a algo a ser retocado. A maquiagem sempre deve ser mantida impecável. E a roupa. Bom a roupa é sempre uma exceção, esta deve ser seu carro abre alas pois é ela a fomentadora de inveja, pois apesar da cumplicidade feminina uma deve sempre despertar uma pequena pontada de inveja na outra afim de manter a estabilidade do relacionamento.

2. Conversar! - Alguns usam a expressão “fofocar” eu prefiro “Trocar opiniões” é mais dignificante e honesto.

3. E por ultimo; Necessidades fisiológicas. - Vamos evitar comentários.

E aqui chegamos a resposta para o mistério que é tema principal deste texto. Como os espelhos nunca mostram todos os ângulos, uma companhia é sempre bem vinda. Por isso as mulheres vão acompanhadas ao banheiro. E como “falar sozinha” é coisa de loucas e filósofas elas vão acompanhadas ao banheiro!

Evitando presilhas soltas ou coisas do tipo.

Reginaldo Junior

14/01/2007