Junto ao tempo

Ah, onde eu lhe perdi, meu tempo? Agora, aquieto, observo as reminiscências que deixastes. Foste tão duro comigo... Logo eu, que o venerei até não mais. Culpa tua? Culpa minha... não acuses aquele que não sela! Fui eu, e só eu. Já não mais atento a mim mesmo – é certo – me esvaí no que não me preenchia, mas estou de volta. Como antes, de volta. Agora não mais ausente às coisas - à beleza que cerca o enfeixe que é a vida. E então, tempo? Que irás me oportunizar? Provas outras mil, se vierem, lhas eliminarei - mas desta feita já não só. Como quem retorna à fortuna que oportuniza, hei de relatar minha existência, ao teu lado, tempo. Dessa vez ciente que nunca deveria ter lhe abandonado. Dessa vez juntos, em compasso.

Diego Guimarães Camargo
Enviado por Diego Guimarães Camargo em 15/02/2012
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