BIG BROTHER

Prof. Antônio de Oliveira

antonioliveira2011@live.com

Muito se tem comentado o programa Big Brother, com similares em outras emissoras e em sucessivas edições. Mas gostaria de me referir, não ao programa, em si, mas ao perfil do telespectador, já que a audiência é significativa, dá ibope, e por isso vai ao ar e se mantém.

O escritor norte-americano Herman Melville é autor de Moby Dick, romance que se tornou um clássico de aventuras. Como enredo, uma desafiante caça à baleia branca pelo capitão Ahab, a bordo do Pequod. Interessante é que alguns críticos veem nas atitudes e reações dos tripulantes uma miniatura de um macrocosmo, a partir do microcosmo simbolizado pela embarcação. O simbolismo, no caso, pode parecer distante, inclusive num cenário totalmente diverso e adverso, mas é apenas para puxar conversa. Imaginemos essa embarcação entre tantos barcos de caça por aí afora. Agora consideremos o BBB entre tantos outros programas, muitos deles de qualidade superior, inegavelmente. No entanto, o BBB exerce um fascínio especial e atrai uma multidão de telespectadores. As chamadas do comandante do programa já insinuam cenas patéticas com os nossos “heróis” ora chorando, ora dançando na piscina, ora se agarrando, ora sendo entrevistados. Parece que, pelos ares, até cena de estupro já foi ao ar. Afinal... Afinal? Talvez esse microcosmo esteja representando, e reforçando, um macrocosmo, se não alienado, pouco exigente, à semelhança do eleitorado brasileiro. Assim, provavelmente, no ano que vem se faça mais uma edição, a 13.ª edição. Não é à toa que esse tipo de programa é conhecido como “reality show”. Triste realidade, oh brother! Coincidentemente, brother, em inglês, rima com bother que, por sinal, significa incomodar, preocupar.

Carlos Nascimento fez esta pergunta: – Já fomos mais inteligentes? Sei que é difícil responder a essa indagação, mas deixo outra pergunta no ar: – Será que a pergunta do jornalista faz sentido? Pelo visto, e à vista de tamanha audiência...

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 17/02/2012
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