Procuramos

“E quem um dia ira dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?”, é uma frase de um música chamada Eduardo e Mônica, de Renato Russo. Aqui vemos uma clara situação que enfrentamos no nosso dia-a-dia. Quando nos apaixonamos, não são delimitadas as condições, como cor, sexo, estilo, nada, é uma sensação tão repentina, que às vezes, avassala com nossas mentes, como se a nossa vida diária fosse o resto, e essa pessoa o ponto principal de nossa existência, o tempo o passa devagar em nossa mente, mas quando vemos esse ser de onde provem toda essa embriaguez, o tempo passa numa velocidade acima à da luz, perdemos todos os sentidos, como se o espírito esvaziasse o corpo por alguns segundos, o coração bate rápido e nada conseguirmos fazer exceto admirar tamanha beleza reunida em um único ser. A luz, branca e límpida, a envolve, é uma pessoa singular entre outras, se destaca, o resto passa, mas ela não.

O que fazer então, caso aconteça isso conosco? É uma reposta que todos procuramos, porém poucos tem a capacidade de resolver, seria como uma mensagem criptografada, onde não podemos desvendar sem a devida chave, a não ser que usemos a imaginação e a mais conhecida cara-de-pau. Sem isso, o momento passa, e com ele vem a dor. Dor psicológica, mas dói tanto quanto, ou pior, que a dor física, pois essa vem de dentro, de dentro para fora, arrebatando todas as outras dores. Às vezes, pessoas se utilizam de artifícios para tentar aplainar essa dor e acabam cometendo serias avarias pelo corpo ou até perdem a vida, o que na minha mais sincera opinião, é a maior bobagem que alguém poderia vir cometer, isso é fraqueza, é não querer enfrentar os obstáculos que nos são imposto, se desistimos tão fácil, não temos propósito algum de viver, já que estamos aqui para aprender, para construir nosso ser, se o deixarmos inacabado, outros obstáculos maiores aparecerão em outros tempos.

Esse tal de amor, que nos preocupa tanto, nos faz viajar em pensamentos, onde podemos estar casados, com filhos correndo ao nosso redor, ouvindo-os dizerem que estão com fome, naquela sala aconchegante, lendo algo nos jornais. Ou apenas juntos sob uma imensa figueira, a se esconder da luz do sol, com o sopro dos ventos a nosso rosto. Entramos em lugares nunca antes conhecidos de nossas mentes e acabamos por descobrir o mundo maravilhoso que podemos fazer, como se tudo dependesse de nossas ações e pudéssemos mudar, realmente, a realidade. Como será o futuro? Nós sabemos, nós o criamos. Pode ser até um pensamento um tanto engraçado, mas é a verdade, ninguém mudará o mundo por nós. Nós somos a mente e a força, e sem todos nós, não há futuro.

De repente afundamos e voltamos a velha realidade, como se jogados porta a fora, meio confusos, mas sabendo nos localizar novamente dentro da sociedade em que estamos, e tudo aquilo foi um breve devaneio. O amor não tem limites, e se algum dia perguntarem: “Pra que diabos tudo isso?”, ou, “De onde veio todo esse pensamento?”, direi eu: “De um homem apaixonado.”.