ENCHENTE

ENCHENTE

Ao longe se vê raios e trovões, e o céu vai ficando carrancudo, cinzento como cara de maus amigos. Nunca se sabe o que vem pela frente. Quando chega pode surpreender e cai uma chuva mansa e às vezes...

Mas as nuvens vão ficando mais espessas, assustadoras, dando sinal que vem água em excesso. Escurece. As luzes são acesas em plena luz do dia. E a água cai mudando a paisagem da cidade. O que era para ser um alívio para o calor e amenizar a seca transformam-se em pesadelo. E vem com força e tudo a sua frente vai arrastando: carros, animais, casas e muito lixo acumulado. Mas de onde vem tanto lixo? Dos bueiros entupidos, deixados na rua a céu aberto, de todos os lados.

No meio de tudo isso ainda acontece coisas boas: uma avó consegue tirar do carro, que estava quase submerso, as duas netas e com a ajuda de dois “anjos” que na hora ali estavam conseguem ajudar tirando-as das águas. Sãs e salvas.

Depois de certo tempo a chuva para e pode se ver o resultado: muita lama, muitas casas, ruas para limpar. Muito trabalho pela frente. A solidariedade então se faz presente: ajuda àqueles que perderam todos os seus bens, conseguidos com muita luta e trabalho. É o novo recomeço.

O céu clareia e o sol aparece. O azul toma conta do espaço, a vida volta a sorrir. O céu cinzento e carrancudo foi embora. A cidade se torna outra, apesar de tantos problemas.

É a natureza reclamando dos maus tratos. Ela tanto pode ajudar como mostrar que ela não é tão forte assim, que também tem suas reclamações a fazer.

Agora fica a pergunta: e a próxima enchente?

26/02/2012

lmorete
Enviado por lmorete em 26/02/2012
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