Pro tempo correr macio...’

Engana-se quem acredita que o tempo apaga tudo. Ele não apaga. O que o tempo faz, é amenizar a dor para que as lembranças tornem-se ao menos suportáveis. Ele nos torna sábios ao ponto de sermos capazes de conviver com uma saudade. Nos torna maduros e melhores pra entendermos que certas ausências, distâncias e tudo mais que nos foi tirado eram coisas que precisamente deveria nos ocorrer, talvez para que coisas melhores pudessem chegar, talvez para que os fragmentos da nossa história possam viver as suas próprias e voltem já melhorados em algum momento do futuro.

A verdade é que com o tempo a gente aprende a aceitar certas perdas, e mesmo que de vez em quando ainda possa doer um pouquinho, a gente sabe que o tal “dia após o outro” se encarrega de nos conduzir ao destino. Mesmo sabendo que o motivo da dor nunca será esquecido, o tempo cura as mágoas que impede de seguir. E quando a gente aceita, só resta desejar que estes fragmentos sejam felizes por onde forem, e acreditar que com fé, a gente também será. O tempo não apaga tudo, e nem tem intenção de fazê-lo. Prefere antes nos tornar capazes de se lembrar de cada detalhe com o mínimo de sofrimento. Quando as loucuras provocadas pela paixão acabam, o sentimento bonito que sobra só pode ser amor. E este, meu caro, pode ser ridiculamente nobre. Cada dia um passo. O jeito é caminhar.

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 28/02/2012
Código do texto: T3525159
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