Strange Women .( One drink )

Fazia duas semanas que minha ex tinha me dado um chute no rabo

quando o telefone tocou . Lá estava eu : sentado no sofa com uma

cerveja na mão cozinhando na sala com meu ventilador quebrado

e um sol de 40 graus na cabeça de neguinho na rua .

O telefone para de tocar depois de alguns segundos e recomeça

depois de outros .

A cerveja começa a esquentar e resolvo mata-la de uma vez . Feito

isso crio coragem e tiro o fone do gancho .

- Fala . - Esse sou eu atendendo o telefone .

- E ai , como e que cê tá ?

Putz , será que e tão dificil pronunciar uma palavra completa ? Me

segurei . Mas o que não consigo entender é a pessoa chutar a outra

pra escanteio e depois ficar ligando uma vez por dia pra saber

`` como cê ta ´´ . Isso não ajuda em nada . Eu estava indo bem

até ela decidir acabar com meu dia e agora precisava de outra lata

de anestesico a base de cevada pra alegrar meu dia .

- É como dizem :``Sempre da pra piorar ´´ , não é .

- Como assim ? Cê ta mal ? Não é por minha causa , é ?

- Que nada , deixa disso . Conta ai ; novidades ?

Já que catarrei a pergunta vi que fiz cagada . Iria esconder sua

tristesa e mostrar-se uma garota segura e cheia de si . Isso não

me faria sentir mal se tudo não fosse verdade . O problema de sua

ex ser amiga de seus amigos e que eles ( os amigos ) vão lhe manter

informado sobre tudo o que se passa com sua ex , mesmo sendo que

fassam isso sem querer . E eu já estava sabendo de muita coisa .

- Nossa , não vai acreditar . Se lembra da quela viagem que eu

estava morrendo de vontade de fazer mas sempre adiava por falta de

grana ?

- Hun...

- Então , finalmente vou conseguir .

- Legal .

- Muito , não acha .

Silencio .

Nessa hora estou com a geladeira aberta sacando outra lata imagi-

nando como seria bom se aquilo fosse uma granada . Fico um tempo

parado curtindo o arzinho geladinho que sai da geladeira enquanto

nos dois ficamos mudos no fone . Eu estava prestes a desligar

quando :

- Quero te pergunta uma coisa ...

- Manda .

- Hoje o pessoal marcou de ir lá na casa da Pri assistir uns filmes...

- Muito bom , mas não vai dar pra mim ir , não . É que to meio que

atrasado com umas coisas aqui , sabe .

- Como assim ? Conseguiu um emprego ! Que bom , eu ...

- Não , não consegui nenhum emprego , ainda . São outras coisas .

- Haáaa... Beleza , sei que logo arranja algo . Mas a pergunta que

queria te fazer e a respeito daquela minha pasta de filmes . Por

acaso eu não deixei ai , sim ?

- Porra !! Então toda essa lenga lenga de saber como eu tava era

só pra saber daquela droga de pasta de filmes ! ?

Esse foi eu perdendo o controle .

- Clama , nem pense nisso . Eu me preocupo com você . Antes de

tudo a gente ainda é amigo , e não quero que nada mude . Sua

amizade é importante pra mim .

Esse sou eu engolindo a seco minha furia .

- Foi mal . É esse calor . Meu ventilador quebrou e ta fervendo aqui

dentro de casa . Tambem bebi umas cervejas a mais , e a propo-

sito , sua pasta esta aqui sim . Deixo lá na casa da Pri hoje .

- Nada disso , passo ai e pego .

- Esquece , você mora no outro lado da cidade e a Pri mora aqui

perto de casa .

- Jo , você e um amor .

Agora já e tarde , nenem .

Abro a cerveja e bebo um gole enquanto espero ela peidar mais

alguma coisa .

- Cê ta ai ?

- Aqui .

- Meu chefe ta chegando e tenho que desligar . Ve se arranja um

tempinho e aparece pra assistir uns filmes com a gente um dia

desses .

Silêncio .

- Beijinho , Jo . Precisa me liga , beleza .

Bato com o telefone no gancho ( mentira , so aperto um botão ) e

dou uma bela talagada na cerveja . Penso sobre a cagada que acabei

de fazer .Um sol de 40 graus na rua e prometo fazer o frete da maldita

pasta . Tem outra , a Pri nem morava tão perto de casa assim , eram

bem uns 30 minutos de caminhada que não seria problema se eu

pudesse pagar um onibus . O que não era possivel no momento devido

ao capital escasso .

Duas cervejas depois lá estou eu sobre o sol escaldante da cidade

labutando contra barreiras fizicas e psicologicas do meu ser com a

pasta debaixo braço amaldiçoando cada carro e caminhão e o sema-

foro que fecha e me deixa plantado que nem um camarão no asfalto

fumegante que queima os meus pés devido a muquiranice que não

me deixou comprar outro par de tenis quando tinha dinheiro .

Tudo bem ( mais ou menos )

Depois de praguejar infinitas barbarias contra minha pessoa lá esta-

va eu na Pri . Suando em bicas e com uma ressaca de dois dias na

cabeça . Pri estava usando um shortinho de pijama e uma camiseta

rasgada no ombro quando atendeu a porta .

A garota era incrivelmente linda ( ainda é ) . Um belo exemplar do

trabalho conjunto entre Brasil e Japão com quem eu já havia flertado

algumas vezes num passado nem tão distante assim . Mas claro , sem

sucesso . Ela estava com os pequenos olhos orientais vermelhos .

Olhos de choro , e logo que me viu pulou em meus braços , encostou

um bocado de pernas nuas na minha virilha e tocou a chorar .

Deus sabe o quanto tentei algo com ela e nunca consegui mais que

um beijo no rosto depois de levala para casa após uma noitada no

boliche . Agora eu tinha a chance perfeita ; estava vulneravel e

precisando de conforto . Seria otimo se eu fosse um cafageste de

primeira , e me odiei por não ser . Procurei entender a historia .

- Ai , o Vinicios me deixou .- E chorava e fungava e esfregava as

coxas bronzeadas na minha virilha . Fiquei tentado a carcar as mãos

em seu traseiro e dizer para ela mandar Vinicios para puta que pariu .

Feslizmente ( porra! ) me contive e a coloquei para dentro de sua

casa . A levei até o sofa e depois fui a cozinha pegar lhe um copo

da água . Tinha uma garrafa de vinho sobre a mesa e mandei um bom

trago para dentro na intenção de segurar meus instintos . Depois

voltei para sala .

Quando voltei , lá estava a Pri com a cabeça enterrada numa almo-

fada deixando a mostra um belo par de coxas que só pode ser obra do

capeta . Sentei ao seu lado e lhe entreguei o copo com água . Depois

de beber metade do copo pareceu estar mais tranquila . Contou que

o Vinicios a tinha traido com a garçonete do restalrante do centro .

Outra gata , mas que não deveria oferecer riscos a Pri .

Fiquei ali ouvindo a historia e no final das contas me pareceu ser

mais coisa da cabeça dela . Pri já estava bem mais descontraida

quando fui até a cozinha encher um copo com vinho . Trouxe dois ,

um pra ela e outro pra mim . voltei a me sentar e então ela começou :

- Obrigada por ter me aguentado .

- Que nada , Pri . Sem problema .

- E você , como ta se sentindo ?

- Um pouco bebado .

- Não to falando disso .

- Não ?

- Não , to falando da Jessica .

Jessica e minha ex . A que me escoiceou o rabo .

- O que tem ela , ta tudo bem .

- Não precisa mentir para mim , Jo . Eu sei que não é facil .

- É serio , ta tudo bem , mesmo .

- Pode desabafar comigo . É o minimo que posso fazer .

A safada estava afim de me colocar pra baixo . E depois de alguns

copos de vinho conseguiu e quando me vi estava com o rosto afunda-

do em meio aos seu seios durinhos chorando que nem um bebe .

Pri afagou meus cabelos e correu seus finos dedos pelo meu braço

e derrepente la estava eu com meus labios colados nos dela sentin-

do o gosto salgado das lagrimas secas ao redor de sua boca . Mas

foi só isso e nada mais . A coisa toda só aconteceu por um momento

de vulnerabilidade dos dois .

Agora Pri já se acertou com o Vinicios e Jessica continua sendo

minha ex . Não me liga mais , nem mesmo no meu aniversario . Não

ligou nem para agradecer o fato de eu ter terminado de pagar

as parcelas do Tablet que eu tinha lhe comprado de aniversario um

mes antes dela dar o coice no meu rabo . Eu já consegui e perdi um

emprego e no momento estou aproveitando os prazeres de mamar

na teta do governo ( seguro desemprego ) enquanto decido entre

uma dose de Black label e o bom e velho Jack Daniels

´´ Muito cara legal já foi parar de baixo da ponte por causa de

mulher ´´

Henry Chinaski .

28/02/2012

15H10M

-

Cleber Inacio
Enviado por Cleber Inacio em 28/02/2012
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