Eliza

Eliza partiu!

Escolheu a lua cheia para ser testemunha do seu gesto!

E a noite estava tão linda... convidando para o namoro;

Haviam tantos sonhos para serem sonhados...

Tantos dedos para serem acariciados... mas ela não entendeu!

Não havia um proposito para o rompimento: Ela apenas não entendeu!

Tantas alternativas haviam para ela ficar. Até mesmo uma raríssima oportunidade de ser feliz!

Se misturar com os homens... falsificar sorrisos...

Buscar na natureza humana, nos reservatorios da alma, uma canção singela do seu querubim.

Se ao menos ela tivesse avisado os amigos, procurado um padre,

Ou aberto o coração para ouvir os conselhos do "bom Pastor"...

Porque Eliza foi tão egoista, e não quiz compartilhar o seu menor momento?

E se ela gritasse, implorasse à vida uma explicação para tanta amargura?

O porque daquela vontade de voar, se derreter, se diluir no nada?

E porque não gritar para o mundo o seu segredo, falar da sua melancolia?

Falta de humildade, uma revolta, ou grande timidez dos homens?

Será que não havia um bálsamo que pudesse aliviar sua dor;

Uma palavra não dita, um afago, um carinho de mãe com cheiro de flor?

- Na calçada, a palidez das naturezas mortas!

Então eu ví a lua encabulada, com a mão no bolso...

E a face côr de carmim!.