Aversão aos esportes- Uma harmoniosa relação

Fazer exercício físico não é a minha praia, uma corridinha e pronto! Começo a esbaforir de cansaço.

Os esportes para mim, era igual o Bin Ladem para os Eua, corro deste como o diabo foge da cruz.

Ninguém pode falar que eu não tentei, quando jovem os pais t6em aquela ilusão do filho se tornar uma estrela do futebol, o próximo Pelé ou Neymar, ganhar milhões. Que pai nunca sonhou isso?

Comigo não foi diferente, aos sete anos, colocaram-me em uma escolinha de futebol, desengonçado, eu e a bola não nos batíamos, quando esta vinha para o meu pé, nem pensava e logo chutava, fosse com esquerda direita, para o local que ela fosse era melhor do que ficar perto de mim. Não que eu não gostasse, mas os esportes e principalmente este se transfiguraram em uma competição como tudo na vida, não se valora mais o prazer de tal ato, jogando para um indefeso garotinho a responsabilidade de marcar um bendito gol que parece não acontecer. Hoje Jogo na banheira, e até lá consigo errar os gols que são dados de “bandeja”.

Como já deu para perceber, futebol e eu éramos completamente aversivos. Decidi ingressar no basquete, mas com a minha altura de quase um metro e meio, era praticamente impossível, mesmo assim não era um “cestinha”, jogava male male, mas ia, fazia mais besteira na quadra que outra coisa, falta nem se fale. Ganhei até medalha, m´perito meu, não, mérito dos outros, já que o professor colocou-me para jogar nos dez minutos finais do quarto tempo, apenas para dizer que eu joguei.

Abandonei o basquete, fui para o vôlei, as manchetes me perseguiam, as mãos não iam, as bolas vinham na cabeça na barriga, em qualquer lugar apenas não conseguia batê-la para atravessar a rede, quando erra o saque, nem me fale, ponto contra na certa. O time ficava até em um dualismo, marcar o ponto, para que depois eu saque e entregue a bola de volta para o time adversário, ou não marcar ponto?

A natação foi o que sucedeu, aprendi a nadar, com o medo de voltar aos antigos coletes salva vidas, que chamavam a atenção da sala, nos passeios escolares:

- Ele não sabe nadar- diziam de canto

Chego a conclusão de que esporte é vocação, você nasce para o esporte ou não, não adianta você tentar, e tentar, se não é para aquilo que você está predestinado, nem com o melhor técnico se conseguirá tal proeza; eu me conformo com o fato, esporte e eu não nos batemos, andamos em trajetórias opostas que nunca vão se colidir, levando a uma harmoniosa relação entre as partes.

Vinícius Bernardes
Enviado por Vinícius Bernardes em 02/03/2012
Código do texto: T3531758
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