Jornalismo imbatível caiu no buraco

Passo esta semana pensando naquele acidente em São Paulo. Uma cratera monstra aberta no meio da cidade para obras do metrô desmorona, engole carros e pessoas de repente, assim, do nada. E também de repente, assim, do nada, a TV Globo descobre vários problemas, falhas, vizinhos insatisfeitos, edificações em risco há muito mais tempo.

Esse é o jornalismo imbatível, quase símbolo de perfeição, que esfregou na cara do país um abaixo-assinado de indignação, assegurando sua lisura na cobertura das eleições. Há quanto tempo será que este desabamento se anuncia e ninguém se movimentou? Claro, a candidatura de Geraldo Alkmin para a Presidência da República não poderia ser arranhada por vidas em risco, não é?

O pior disso tudo é que o vergonhoso sinismo da grande imprensa se soma à completa ignorância do povo. É de dar pena nessas pessoas que assistem ao Jornal Nacional diariamente e ainda elogiam a cobertura do acidente. Ninguém percebe, ninguém observa, poucos têm uma opinião a dar e os que têm preferem ficar olhando de longe, calados.

Memória curta, sempre dizemos... o povo tem memória curta. Foi assim que se construiu esse país, aliás, confiando no esquecimento de milhões de brasileiros. Mas, apesar da irritação que fatos como esse me provocam, ainda consigo vislumbrar (Amém!) suaves mudanças de rumo nessa história. As eleições de 2006 provam isso. E mais uma vez volto a falar de fé. Essa eu não perco. É o que me mantém vivinha. Amém, de novo!

Giovana Damaceno
Enviado por Giovana Damaceno em 20/01/2007
Código do texto: T353589
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