DIA INTERNACIONAL DA MULHER

(8 de março)

Prof. Antônio de Oliveira

antonioliveira2011@live.com

O que é a mulher? Ou, quem é a mulher?

Não há uma resposta definitiva a essas perguntas.

Afinal, mulher não se define... O que há são declarações.

Chico César admite: “Se você olha para mim, eu me derreto suave, neve num vulcão...”

Chico Buarque também faz sua declaração: “Mulher, vou dizer quanto eu te amo / cantando a flor / que nós plantamos / que veio a tempo / nesse tempo que carece / dum carinho, duma prece / dum sorriso, dum encanto.” Mulher que “há de ser pura / como o grito mais profano / como a graça do perdão”.

Mia Couto, para decifrar as mulheres, começa com uma metonímia, tomando-lhes uma parte pelo todo: “as ancas flutuam como bailarinas evoluindo num palco sem fim. Elas estão em eterno espetáculo”. E vendo mulheres de lata d’água na cabeça amplia sua visão, numa hipérbole, dizendo que elas “atravessam a fronteira entre céu e terra”, sendo ele capaz de imaginar que a “a mulher não transporta água; ela traz os rios todos dentro”. Finalmente, para o escritor moçambicano: “Mulheres são como as ilhas: sempre longe, ofuscando todo o mar em redor”.

Sei que a realidade ainda desafia essa visão poética. Apesar disso, independentemente de discursos laudatórios e dependentemente de “sangue, trabalho árduo, lágrimas e suor”, as mulheres vêm conquistando sua independência. Conquistaram, sem política de cotas, o direito de votar e ser votada. Conquistam medalhas olímpicas ombreando com os homens no pódio, lado a lado, palmo a palmo, mano a mano. Conquistaram até um dia em sua homenagem. Não propriamente para lembrar o triste e lamentável episódio que lhe deu origem, mas para comemorar, e comemorar todos os dias do ano, suas conquistas históricas, sua história de ser, de poder ser, de fazer acontecer, de ter vez...

Desejo então, a você, mulher, “seja da alegria / sempre uma aprendiz...” Continue guerreira. A independência, para ser eterna, postula eterna vigilância. Feliz Dia da Mulher!