Sem Comparação.

As pessoas são interessantes, querem ser seguidas, querem ser curtidas, amadas, veneradas, reverenciadas; querem ser classificadas como heróis, heroínas, líderes, representantes da justa razão, do povão; querem ter suas opiniões lançadas em jornais e revistas de primeira mão, na boca da mídia, a massa, a nossa, com toda ostentação, feito “o cara!” (homem ou mulher), bom, forte, rico, bonito, saudável, inteligente, sábio, determinado, limpo, justo, honrado e equilibrado.

Querem ser a imagem e semelhança de Deus, querem sentar ao Seu lado no fim das contas, liquidar as prestações, puxar o saco do rei, do patrão, do superior hierárquico, governador, prefeito ou vereador.

Todo mundo é um pedaço de todo mundo. Tudo por aqui faz parte da mesma composição. Há a igualdade, mas não querem ser iguais, querem mais, ostentar suas capacidades, mesmo que incapazes, mostrar que o seu jardim é mais florido, seu carro é do ano, último modelo, status fashion 2.0, frescor de ar-condicionado, eloqüências estapafúrdias de quem quer iludir e consegue, de quem quer falar de si e acha ouvintes (penicos) e, diante esses, mesmo meia dúzia de bêbados da roda de fogo, mostrar-se o maioral, o infalível, irrepreensível, quase inumano...

No princípio os homens não suportavam comparações, que de modo algum advinham de troncos genéticos animalescos ou micro-orgânicos, que estavam aquém...

O homem sempre quis ser Deus, subir o topo da montanha e bradar. Ou mais que Deus, mas, como não O conhece, contentou-se com a imagem gerada em sua imaginação, e é de fato a imagem do desconhecido, a imagem da esperança... da esperança...

SAvok OnAitsirk, 06.03.12.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 06/03/2012
Código do texto: T3538818
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