De quem é o filho? Da mãe genética ou da de criação?

A televisão brasileira de uma maneira torpe e extremamente capitalista, o que não condeno, vem fazendo o seu papel de abrir discussões sobre suposições daquilo que a vida real pode nos apresentar.
A reprodução assistida, e a sequencia casual do fato em si é o ponto alto que Aguinaldo Silva, um gênio da teledramaturgia, vem trazendo para sociedade brasileira, mas afinal quem tem é a verdadeira mãe num caso como esse, a doadora ou a mulher que carregou a criança no ventre por nove meses?
Deixamos de lado o caso da novela, pois no caso da ficção existe uma historia genialmente elaborado pelo autor, que usou não só o ovulo de uma doadora como o esperma de um doador que no caso é o amor da vida da doadora, então a situação vai muito além do fato legal de quem é mãe porque envolve sentimentos, o que não é possível julgar.
Posso até escrever sobre o caso da novela especificamente, mas hoje, prefiro escrever sobre a reprodução assistida na forma simples, supondo que uma mulher chamada Maria doa o ovulo, que aliado ao esperma de Pedro, vai gerar um filho em Marcela.
Na regra fria da lei, mesmo não sendo especifica no caso, os direitos legais é da receptadora, nesse caso de Marcela. Mesmo que a doadora Maria descubra onde esta o filho, para quem foi o ovulo e tudo mais, ela não tem direito nenhum sobre a criança, mesmo sendo geneticamente a mãe.
Neste sentido não há discussão e no final isso dificilmente acontece já que a legislação recomenda que doadores e receptores morem a uma certa distância e a ética afirma que nunca será revelado a origem de ambos.
Mas vamos continuar com nosso jogo de suposição. A genética é genial. Você pode notar que geralmente, não sempre, mas geralmente irmãos têm certas semelhanças, e supondo que esse doador ou esse doador veja esse filho genético na rua e venha a reconhecer, imagina você a confusão que pode acontecer.
Mas há um caso que pode representar ainda um perigo muito maior. Marcela deu a luz a uma menina, seu nome Vitoria, já Maria teve um filho seu nome João, e Pedro dois filhos Marcio e Manuela.
O mundo é pequeno e gira o tempo todo. Um dia por alguma obra do destino João vai para faculdade e descobre que tem duas lindas colegas, Manuela e Vitoria. Note que até aqui a historia nos prega uma peça, pois se Vitória por uma obra do destino se envolver com João estará se envolvendo com o próprio irmão sem saber, e para nossa suposição preservar a diversidade, digamos ambas sejam lésbicas, Vitoria poderá se envolver com Manuela que no caso também é sua irmã, ou ainda supondo que ambas tornem-se amigas ela tem ainda uma probabilidade de se envolver com Marcio outro irmão e novamente sem saber de nada.
Você pode imaginar que isso nunca irá acontecer, no entanto o mundo de hoje é dinâmico e globalizado, as redes sociais unem pessoas de todo o mundo em um único lugar, e as universidades recebem pessoas de toda a parte, sem contar que muitas pessoas vão escrever suas historias muito longe de casa, então a probabilidade mesmo que mínima de dois irmãos genéticos se encontrarem e se envolverem, existe, e essa dever ser a polêmica muito maior, porque infelizmente a genética é genial.
Eu não sou a favor da reprodução assistida, não tenho nada contra diretamente, mas sinceramente não suportaria descobrir que por uma corrente do destino dois filhos meus se acharam e sem saber se relacionaram, acho que não é exatamente a ideia de nenhum pai para seus filhos. Claro que existe o desejo de muitas mulheres que não podem, ou não quiseram no tempo certo, ter filhos, mas neste caso abro aqui o meu mais sincero apoio a adoção, que mesmo com os riscos parecidos com os citados anteriormente, as chances são menores.
O mundo é muito louco, e nós homens achando-nos inteligentes com nossas criações, muitas vezes esquecendo que as consequências podem atingir alguém que não tem nada a ver com a historia, nesse caso o filho, que não pediu para vir ao mundo.

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Jonas Martins
Enviado por Jonas Martins em 10/03/2012
Reeditado em 10/03/2012
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