Amor Verdadeiro.

A criança está chorando agora, lá no quarto. É nossa filha. Chora bastante de vez enquanto, se é que me entendem. Quase não deixa a Carolina, a mãe, dormir, e suga seu leitinho sagrado de mãe. Como as mães são abençoadas!! Como as criancinhas recém-nascidas são puras e frágeis!!

As pessoas gostam de passar o lado ruim da história. É sempre assim... Sei lá, as pessoas são meio neuróticas... quase todas... em graus diferentes, obviamente.

Durante toda a gravidez ouvimos as frases: “aproveita agora, que depois não dorme!”; “dorme bastante enquanto pode!”; “se prepara que criança triplica gastos!”; “pode dar um jeito de trabalhar em dobro!”; “seus dias de farra acabaram!”; etc, etc, etc... Aquelas milhares de picuinhas que se ouve em qualquer experiência que se for ter na vida. Isso é inevitável, os que já passaram por algo que porventura passaremos, sempre tenderão a querer nos atemorizar de alguma forma, a fim, talvez, de compensar o sofrimento que porventura eles um dia passaram. Querem supervalorizar o ocorrido para, por fim, com isso, engrandecerem a si mesmos, pois, se um evento pelo qual passamos for tido como difícil, certamente aumentar-se-ão seus valores. E por aí vai...

Mas não dê a mínima para o que dizem. Aliás, dê sim, mas daquele jeito que entra por um ouvido aéreo e sai pelo outro, sem a mínima pretensão de absorver o que o outro tenta transmitir. É um processo simples, basta pensar naquela viagem que você tanto sonha um dia fazer, e que resta apenas uma semana para que você a faça, mesmo que seja apenas um sonho. Dá certo! É como ligar o piloto automático e deixar as coisas acontecerem a sua frente, e você ali, mesmo que no meio de um campo de batalha, meditando... apreciando... se inspirando nos bons fluidos...

O que importam noites mal-dormidas, trabalho em dobro, ficar sem farra ou sem tempo, se o que temos aqui é o mais belo e mais sublime presente que a natureza pôde nos conceder, o amor mais puro, o sentimento mais sincero, a gratidão mais verdadeira e o significado mais profundo da vida de qualquer ser humano, o maior amor do mundo, transcendetal!, surreal!, o amor de mãe e de pai por seu filho ou filha, sendo que nada, ninguém, riquezas ou glorias, honrarias, idolatrias ou luxurias, são capazes de superar, de quebrar este elo.

Podem passar dois mil anos, este sentimento sempre será único, imutável, incomensurável e inefável!

Ah, como são plácidas as noites que passamos insones,analisando as feições de nossa prole, nossa extensão neste mar existencial e quem certamente sempre estará ao nosso lado até o fim...

SAvok OnAitsirk, 13.03.12.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 13/03/2012
Código do texto: T3552162
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