Hoje pela manhã, ao acessar o site da Caixa para a prosaica função de consultar extratos e agendar pagamentos sou surpreendido pela chamada da capa: “Dia Internacional da Poesia”.
       Transporto-me então aos meus poetas preferidos: Cecília Meireles, Cora Coralina, Vinícius de Moraes, Bandeira, Drummond, Murilo Mendes, Henriqueta Lisboa,  Fernando Pessoa, Valéry, Claudel, Rilke, José Régio... A poesia independe do poeta, é uma realidade que se transforma em cada geração. Cada poeta constrói o seu canto, cada um na sua faina, dá-se ao poema. Talvez por isso sejam tão díspares.
       Dize-te a ti mesmo! Exprime-te a ti mesmo! Este preceito Socrático (Conhece-te a ti mesmo!) pode ser colocado na base  do trabalho de descongestionamento da alma que o poeta exerce, cada um com sua característica própria.
       Todos nós caminhamos nesta vida com um nó garganta e com um peso no coração, porque o universo interior não corresponde ao que podemos dizer. O poeta surge então como intérprete do mundo dos delírios e desfaz o nó da garganta e desamordaça o Máscara de Ferro que vive embastilhado dentro de nós.
       O poeta Rimbaud, em duas palavras lançou o grande manifesto dos poetas de todos os tempos: dizer o indizível. Não que a função principal do poeta seja a de ajudar nós outros na procura do chicote queimado de si mesmo, nem que seja a de recuperar a atmosfera poluída de utilitarismo e desenvolvimento que não desenvolve. Não é isso. A principal função do poeta é fazer a poesia, o poema, como quem coloca uma rosa num vaso de cristal.
       Cumprimento os poetas e poetisas do Recanto das Letras, os que realizam baladas, odes, epigramas, versos livres, sonetos perfeitos em seus 14 versos e os que vêm tentando com regularidade.