Por dever de ofício tenho feito anotações sobre a história da economia, frisando o que dizem os teóricos da escola de Chicago sobre a liberdade absoluta do mercado e os teóricos da escola de Frankfurt sobre a mesma liberdade mas com alguma responsabilidade social.
Desde os anos 90 tenho sobre a escrivaninha do escritório “Teologia e Economia” de Jung Mo Sung do qual gosto muito e releio frequentemente. Um ótimo livro.
Há no mundo da economia uma tendência, que surgiu na virada do milênio, de elaborar os princípios de uma ética nova para a economia atual, desde a publicação por Hans Kung de “Una ética mundial para la economia y la política” Madrid, Ed. Trotta.
Não que eu seja implicante, mas sou atento a isso desde que em São Paulo, numa roda da Associação Comercial ouvi um muçulmano interpelar os cristãos ali presentes: “O que vocês fizeram com o Cristianismo para que o império econômico o aceite tão bem?”
Uma provocação daquelas!
Mas provocação mesmo era a do nosso velho conselheiro argentino e ateu que dizia estar assombrado (a nossa Fundação tem raízes fundadas no catolicismo) com o cinismo dos teólogos e das igrejas que convivem com a fome de milhões de seres humanos e a miséria de dois terços da humanidade, impassíveis na sua fé e sem mexer na sua espiritualidade.
- Mash´Allah! Diria o mulçumano ante o “Hacer la pascua en alguien” do argentino, mas o fato é que os cristãos deveriam, mesmo, ser diferentes.
Smalia Alik! (e que Deus nos proteja!).