O PROIBIDO DIARIO SEXAL DOS HOMENS VI

(Proibido para mulheres e menores de 18 anos)

“E agora é hora de Arquivo Confidencial!”

Pois é pessoal, nossa história do Adão Roberto de hoje, começa em um domingo a noite, durante o Domingão do Faustão.

E claro, acompanhado do habitual programa familiar brasileiro, vem também aquela depressão de final de domingo, a reflexão de que uma nova semana que parece ser interminável, vai começar.

E foi neste domingo aí, que Adão nem queria saber de televisão, mas sim de se videogame, pois era o primeiro fim de semana que tinha um TV só para o aparelho. Um vizinho ia comprar uma nova, e ao invés de jogar fora, deu aquela, preto e branco, para ele.

O telefone toca, é para Adão. A mãe estranha um pouco, pois o filho fica ansioso, agitado. Ela tenta ouvir a conversa, mas ele faz bico e se recusa a falar enquanto ela estiver ali. Dna Aida, mãe do Adão Roberto (juravam que eu nunca ia falar o nome da tia né?) cede a pressão do filho, afinal deve ser papo de “rapaz pequeno” mesmo, ou alguma coisa sobre a aula e volta para a sala, pra não perder as “videocassetadas”.

Mesmo assim os meninos ainda sussurram, é a confirmação do plano perfeito para uma conquista muito baita:

- Ei, Roberto, é o Armando Otávio. A Laura acabou de me ligar e disse que os pais dela vão viajar no final de semana mesmo e ela vai ficar com a irmã mais velha sozinha em casa.

- Tá, mas daí quando que dá pra fazer a festinha lá?

- Ela disse que no sábado, porque a irmã vai sair cedo com o namorado e só volta no domingo.

- Oh, mas isso não vai dar merda?

- É assim, escuta bem: claro que os pais dela não sabem, mas foi um acordo que elas fizeram, ela e a irmã. Os pais tão acreditando que a irmã vai ficar com a Laura o tempo todo né, mas daí elas combinaram. A irmã sai tranqüila com o namorado, e a Laura mentiu pra ela que vai só fazer uma noite de clube das Luluzinhas entre as meninas da turma. A irmã dela não sabe que vão os meninos, e ninguém sabe que a gente vai é trepar com elas, hahahahaha!

Adão Roberto também ri do outro lado do telefone, é o plano perfeito. Com as risadas o pai do amigo o manda ser rápido no telefone. Eles finalizam rápido:

- Tá Roberto, tu já sabe tudo que tem que comprar?

- Já, mas amanhã a gente repassa certinho, e tem que falar com os guris já pra recolher o dinheiro, e também é só no próximo sábado né.

- É, mas vê se não conta isso pra ninguém né, só pra gente de confiança. Vai dar tudo certo. E pode deixar que vou falar com um tio meu pra comprar as bebidas, só por precaução.

- Beleza, até amanhã então.

- Beleza, até!

Que papo lindo né? Ah uma surra bem dada nessas bunda! Claro que o plano deles é fazer uma festinha na casa de uma menina, convidar o pessoal mais chegado da turma da classe, embebedar as meninas e transar com elas, mandar o cabaço pro espaço! O que será que isso vai dar? Deus meu, protegei-nos!

E ai é que ta, a maldita da ansiedade, ou como diz um amigo meu a “ansiosidade”. Aquela semana não passava de uma vez pra chegar a tal festa, e a sala toda esperando, afinal não teria nenhum adulto, era super secreto e poderiam beber!

Então é muito engraçado, como que pra coisa ruim a gente tem idéias magníficas e cara de pau o suficiente pra superar obstáculos facilmente. O dinheiro foi recolhido e já estava tudo garantido, era só esperar.

Durante um recreio, embaixo da tradicional árvore uma rodinha de garotos conversava sobre qual garota ia “pegar”. Fulano queria tal porque era mais peitudinha, outro preferia aquela com mais bundinha, e claro, a gostosinha da turma, porque sempre tem, era o desejo de todos. No entanto não estavam muito preocupados com escolha não, já que todas elas tinham de certeza a mesma coisa que eles queriam muito, e eu nem preciso citar que essa parte do sexo depois do álcool nem passava pela cabeça das meninas. Pra elas era apenas uma grande oportunidade de diversão e no máximo ficar, rolar uns beijinho com um rapaz ou outro. Inclusive pra cagar, elas queriam é que convidasse uns meninos do Ensino médio: mais fortes, maiores, barbados... Aquelas apaixonites e safadezices, mas os garotos da turma cortaram o ato (concorrência que vá tomar naquele lugar). Aceitar era garantir o azar do plano.

E claro vale citar que para o sucesso maior ainda, contaram com um mera obra do destino: confiança e esquecimento.

A mãe da menina que ia sediar a festa confiando em tudo nas filhas, e a irmã confiante nela. E a mentira que pegaram é que iriam dormir na casa de amigos. Absolutamente todos deram essa esfarrapada desculpa, e o que as mães, pais enfim, fizeram? Nada!

NADA NADA NADA NADAAAAAAAAAAAAA! Apenas deixaram, e nem se quer ligara, confirmaram com os pais do amigo a pernoite. Ve se pode uma coisa dessas? Um mistério pairava naquelas mentes? Que bruxaria era aquela? Simultaneamente todo mundo cedeu e não quis nem dados ou mais detalhes sobre a veracidade do caso ou paradeiro das crias! Onde chegamos num colapso de falta de educação para a educação sem falta meu Deus!!!!!!! (essa frase ficou boa, mesmo assim desculpa o drama).

Mas peraí! A semana ainda não acabou... Não disse que seria insuportável a espera? Interminável quase?

Naquela semana apresentaram um trabalho sobre a maldita educação sexual, e aquelas imagens de xoxotas e pintos estraçalhados e cheios de feridas devidos as dst’s não saiam da mente. Em equipe tinham que explicar, apresentar e usar ao menos um cartaz. Daí é claro que nenhum grupo queria ser o primeiro, a maioria não decorou, ia ler (e muito mal) um papelzinho com a sua parte, e alguns que decoraram iam falar quilo como se fosse um robô... Realmente decorar e não aprender, como deveria acontecer!

Cartolinas e colagens pra lá e pra cá. Recortes de revistas, frases gigantes e poluição visual a vontade, ah colegial querido!

Alguém teve a brilhante idéia inclusive (e isso já aconteceu na sua turma) de colar preservativos no cartaz pra decorá-lo.

Nervosismo, atropelos, a professora prometendo pontos na media pra quem não atrapalhasse de novo o grupo alheio, e Adão Roberto tinha uma idéia fantástica em sua mente: Ir no posto de saúde e pedir camisinhas. Afinal se iria transar, e muito, precisava se proteger.

Não sabia como fazer, mas sabia onde ir. Nervoso, salivando e trepidando mais do que devia chegou no balcão da farmacinha do posto, nem conseguiu olhar a mulher muito gorda de cabelos cacheados vermelhos.

- Quero preservativo! – Seu olhar fixo em um cartaz anti fumo distante dali.

Q-U-E-R-O-P-R-E-S-E-R-V-A-T-I-V-O! Bem coisa de cabaço mesmo né! Muito educado camarada, não digo!

A mulher demorou um pouco pra se mexer e Adão Roberto achou que tinha que justificar: - É pra um trabalho de escola.

E ao ouvir o clichê ela sorriu e nem saiu dali, apenas tirou de algum lugar abaixo do balcão, um punhado de camisinhas de posto de saúde. Dizendo: - Aham, pra trabalho, sei, sempre é!

Adão Roberto travou. Mas encheu a mão com os preservativos e colocou na mochila com todo cuidado, e voou dali em segundos. Rezou para nunca mais encontrar aquela mulher.

O sábado chegou, a noite dele também. Deu tudo certo: Casa liberada, meninas ali. Todo mundo meio inseguro, tímido. Uma musiquinha, churrasqueira elétrica com peitinho de frango assado (depois eles descobriram que existe coisa bem mais gostosa pra se fazer numa churrasqueira elétrica, aff, vergonha alheia hei n Adão Roberto, que fiasco!).

Além disso, compraram salgadinhos de pacote e distribuíram em pratos. E claro, as bebidas: cerveja barata e três garrafas de Drury’s... Sem comentários, ok, mas eles precisavam de algo barato. Entre Ruffles e Dorito, é obvio que o Doritos acabou primeiro.

Os garotos saíram vistoriando a grande casa, e descobriram quatro confortáveis quartos, o que era ótimo para sua empreitada.

Começaram a jogar verdade ou conseqüência, mas as meninas logo desistiram, porque além do clima de vingança e descobertas pessoais que naturalmente se cria no jogo, os meninos estavam querendo beijos e mais, bem mais! E elas queriam é os caras mais velhos.

Depois de tempos e bastante nervosismo e leve insistência, as meninas começaram a tomar uísque com guaraná, mas em uma proporção que Deus o livre: 10ml de uísque e 290 de guaraná! E demorado ainda, naquela de girar o copinho na mão, conversar e sorrir, fazer charme, beliscar uma comidinha aqui e ali... Isso estava seriamente irritando!

Até que começaram os esquemas (Oh finalmente uma luz!). Adão Roberto não teve sorte, apesar das várias tentativas em fazer uma cantada. Um casalzinho se formou e procuraram a lavanderia, mas apenas para trocar uns beijos. O garoto tentava escorregar a mão, e ela subia. Logo outro casal surgiu, quando um menino apostou com uma menina como ela não ficava com ele (burrice tem limite né!)... E lógico que foi neste momento que deu merda! A irmã da garota dona da casa irrompeu na porta da sala, doida com a caçula, pegando o casal do beijo no flagra. Deu a louca, agito total, aquela bronca na frente de todo mundo (mas ela mesmo já tinham feito uma daquela, naquela casa e naquela idade, mas com sucesso).

- Então por isso você não atende o telefone sua otária. Também com uma música nessa altura né. – Foi o começo de uma triste conversa. – Vocês ai comecem a arrumar isso tudo, porque meus pais estão pra chegar. Eu bem que tentei te avisar demente – e deu mais um agarrão nos cabelos da irmã.

Alerta pais chegando, problema total, nem vou falar sobre isso né. Mas quando você acha que algo não pode ficar pior: não deu tempo de ir baixar a música, o primeiro de muitos atos, e entra o casal dono da casa pela mesma porta já aberta. Apavorados, olhos engolindo tudo e sem acreditar no que vêem. Aquele silencio, todo mundo imaginando o quanto vai apanhar, ouvir e o castigo que vai ter que suportar... Era o fim de suas existências, certamente... E a vida nem tinha botão de regredir o tempo.

E mais uma vez seguindo a linha de que tudo pode sim ficar pior, naquele silêncio absurdo, a porta da lavanderia se abre e de lá sai uma garota apressada, brava, um garoto chateado logo atrás, todos na direção da cena que acontecia, e antes que notassem o movimento diferenciado que já acontecia, ela exclamou pela ultima vez: - Para de ficar me passando a mão! Não adianta que eu não vou dar pra ti!

Os olhos dos pais recém chegados na festa já eram grandes, e ficaram ainda mais. O absurdo tinha tomado forma de evento e gente para eles. Uma coisa ruim e raiva dos pés a cabeça. Onde o mundo tinha parado?

Alguns pensaram em começar a explicar alguma coisa, servir uma cerveja ou uísque... Que tal uma outra rodada de verdade ou conseqüência? Doritos, peito de frango? Não, não iria adiantar e todos sabemos disso.

A irmã mais velha, experiente como era, claro que conseguiu se livra com êxito, ainda ganhou destaque sofredora da noite. Os demais foram levados para casa, pelos pais da anfitriã e outros pais que chegavam.

Muitas explicações e coisas viriam por aí, vocês sabem como é!