Leilane
Leilane
Era noite alta. Os zumbidos gelavam a espinha ainda mais que o frio. Ela estava calada. O olhar baixo. Os ombros encolhidos denunciavam o medo.
O zumbido virou uivo, o uivo miado, o miado assobio, o assobio, canção. O coral a volta levantou os ânimos. Ela ergueu a cabeça. O brilho dos metais não ofuscava seus olhos. Eram polidos pela música. O som agora acordou o Sol.
Ela saiu aquecida para o exercício de falar. Sua voz andava no vento e alegrava toda a gente. Pelos caminhos, pelas ruas, nas estradas, ela espalhava o Verbo e o Verbo vinha do alto e o Verbo era o Altíssimo.
São Gonçalo, 19 de março de 2012.