Karl Marx a quem atribui-se a paternidade do comunismo e do bolivarianismo andino e que se confessava ateu, acertou em muitas coisas e errou em outras tantas. Sua diagnose do capitalismo é lúcida e aplica-se igualmente ao neoliberalismo. Sua visão da História é profética e corajosa, mas sua concepção do homem é míope, porque materialista e imediatista.
        Na vida pessoal esteve longe de ser um homem justo, ele que teve um filho com a empregada e não assumiu nem a empregada nem o filho. O profeta de um mundo mais justo bem que podia ter começado em casa. Não que eu seja implicante... Hoje que se exaltam suas virtudes pela América andina, caribenha e cone Sul, é bom ser imparcial. O filósofo alemão e filho de Abraão teve muitos méritos e sem dúvida a História recente do mundo está marcada de sua presença. Além do mais as crueldades feitas em nome do marxismo não são culpa sua. Para alguns ele é um semideus, para outros um Messias mais relevante e libertador do que Jesus. Os neomarxistas chineses são os primeiros a reconhecer que Marx foi um homem corajoso mas confuso em muitos aspectos. Hoje Marx não diria as mesmas coisas que disse, dizem eles! O mundo mudou!
        Sei... É aí que repenso Jesus na reta final da Quaresma de 2012. Lendo os evangelhos tudo ali me diz que Jesus não teria de que se retratar! Marx passou e está preso no tempo. Jesus, não! E para mim basta essa diferença.
        Os donos da História não são os que a tomam de assalto, mas os que a conquistam com amor e coerência. E Marx não era coerente. Nem o comunismo! Nem o capitalismo! Nem o neoliberalismo! Nem nós cristãos!
        Jesus, sim!


(o Papa e Raul Castro, em Cuba, comemoram o IV Centenário da Virgem de la Caridad...)