GERAÇÃO

É uma epopéia de paradoxo essa geração que se desenrola. Eis a era da quebra do sigilo, da invasão de privacidade.

Quando escrevo estas humildes linhas, aponto como referência o modelo social explícito: a geração "Big Brother.

Essa geração da invasão, do desejo de conhecer e julgar os comportamentos humanos somente pelas aparências...coisas corriqueiras, quase naturais.

Estou sendo observado não por qual instrumento. Não são câmeras apenas, mas até os pensamentos daqueles que me obervam quando estou passeando pela praça.

Hei de observar que a febre do eliminar contagiou. Se aquela pessoa não presta, que foge dos atributos perseguidos pela conjuntura, é a hora da eliminação sem "confessionário". Tudo tem caráter eliminatório; sim, o ensaio da "seleção natural"...parece que vai restar apenas o mais forte.

o intrigante é que programas que expõe ao ridículo a vida de pessoas têm grande respaldo popular. Me questiono. Não compreendo.

Caminhando pelas ruas interrogo sem sucesso.

Até que ponto chegaremos?

Eliminaremo-nos e nada mais restará para eliminar.

Que geração...qual futuro?

Não sei.