Paradigmas de uma Revolução

Como o próprio nome já estabelece, revolução, é uma palavara que tem por objetivo alterar algo vigente, ou seja, uma ideologia ou forma política. E fora isso que veio ocorrendo principalmente no ano que passou, Primavera Árabe, ou Revolução de Jasmim, pode ser considerado o cume do efeito dominó que se sucedeu nos governos ditatoriais do mundo árabe. Uma revolução não articulada por uma elite dominante ou por meros conspiradores ditatórias, mas sim pelo povo. Tanto que não fora por menos que o povo foi escolhido como “os homens do ano” em uma das mais famosas revistas americanas a Times.

A Síria vem se apresentando uma controvérsia a este sistema revolucionário, após Túnisia, Egito, e a mais popular a Líbia, Bashar al Assad, é a bola da vez de tão vasta lista de ditadores. O que se discute atualmente é a intervenção da ONU na questão já que o governo para conter revoltas e manifestações usa e abusa dos direitos humanos.

Contrapõe-se mais uma vez o choque ideológico vigente desde o tempo das cruzadas, Ocidente versus Oriente, um choque não só cultural e ideológico, prevalecendo estes por anos, marcando sua presença não só em quem viveu tais choques como deixando suas marcas nos livros de História. Quer choque mais evidente que o da Guerra Fria? Um choque de ideologia e ideais , que transformavam o mundo em uma panela de pressão na iminência de estourar.

Não defendo a atitude do governos Sírio de maneira alguma, apenas acho que neste momento voltamos ao mesmo dualismo presente desde as primeiras batalhas no passado, a mesma situação de choque entre dois “mundos” que apesar de se localizar em um mesmo espaço possuem ideias tão diferentes.

A primavera árabe para os ocidentais fora um passo a democracia, e um rompimento do sistema retrógrado vigente nestes países podendo até ser uma assimilação do povo dos valores destes, mas até que ponto pode considerar que o que se instaurou é uma democracia? Pode-se perceber que a intervenção dos soldados ainda permanece nos países que acabaram com tal sistema ditatorial, mas por quanto tempo? Que democracia, é esta que visa interesses de apenas um lado do globo?

O auxílio da ONU a questão Síria se faz necessária ao âmbito que chega tal calamidade, mas é necessário verificar até que ponto, esta “democracia”, ou seja, que este paradigma revolucionário está de acordo com as reais prosaicas vontades do povo. E não com os interesses de uma minoria elítica mundial.

Vinícius Bernardes
Enviado por Vinícius Bernardes em 28/03/2012
Código do texto: T3581724
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