BRINCADEIRA DE CRIANÇA

A família estava reunida porque teríamos visita para o jantar. Seu Antonio e dona Norminha , eram aqueles amigos queridos de longa data ,sendo, portanto, esperados com carinho e muita galinhada..

, As crianças, nossos sobrinhos, dois meninos de 10 e 11 anos, que estavam de férias em nossa casa, aproveitaram o nosso envolvimento com as visitas, para ficarem brincando, até mais tarde, no grande quintal da casa da vovó.

Seu Antonio (Totonho para os íntimos), policial aposentado, ficava recordando causos do passado, enquanto dona Norminha conversava com minha irmã assuntos da sua igreja, visto ser uma pessoa muito espiritualizada.

A conversa ia animada e a noite também, até que a certa altura ouviu-se gritos vindos lá de fora e a voz dos meninos chamando: Venham... Vejam o que achamos aqui... Imediatamente, todos nos dirigimos à rua e encontramos os meninos parados e petrificados, com os olhos arregalados, apontando para um objeto brilhando embaixo de um arbusto.

Pela escuridão, custamos a identificar que se tratava de uma arma. Até que Seu Totonho, no melhor tom solene, ordenou: “Não toquem na arma !!!” e saindo da posição de sentido que se encontrava, puxou, do bolso da calça, um lenço branco e pegou, delicadamente, a arma para ser melhor examinada em lugar iluminado. Para averiguação, segundo ele, que nesse momento esqueceu-se totalmente de sua longínqua aposentadoria de dez anos atrás.. .

A curiosidade foi geral. Os guris amontoando-se junto à mesinha da rua, bem próxima da luz, estavam emocionados e com o coração na boca não queriam perder nada do grande espetáculo.

A surpresa foi grande, e a decepção dos meninos também. As diligências policiais do Seu totonho foram canceladas, pois ao ser visto, na claridade, o que reluziu foi o plástico de um revolver de brinquedo..

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(Esta história é real e aconteceu a mais de 30 anos, época em que ainda era permitida a comercialização desse tipo de brinquedo. Não concordo com nada que incentive a violência, embora saiba que homens cometem atos criminosos, desde bem antes de Cristo).

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 03/04/2012
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