É a sua vez, baby.

As coisas não sâo como parecem, elas são como são.

O fio que tece não fia a prece,

a mão que rosna não lava louça,

o cão que geme pouco ou nada teme.

O vento vota o que se diz cadente,

o porco presunta o mal vigente,

que é gente vira voz poente, pra não morrer,

pra não te esquecer.

As coisas não têm gomo nem fraque ao relento,

fazem quermesse deixando o suor ir como devia,

é magia, é alforria, Maria, mania, tão esguia, enguia,

quando viro teco ouço o rosto que me guia.

Das coisas que valso, que cadafalso, tudo soa falso,

moringas capengas pedindo pouco, pedindo pouso,

grito até o dia cerzir seus balagandãs, meus balagandãs.

Pego um baseado e saio de fininho sem ninguém perguntar,

nem eu, neu eu.

As coisas são meu serão de sentinela, são Alpargatas faltando tira,

são mentecaptos falando latim, falando de mim,

mentecaptos.

Minhas coisas estão aí, quem quiser, que compre,

porque agora virei algoz da minha alma, dos meus porres encardidos

sem estribo qualquer.

Agora virei recluso, minha pele está curtumando sem a trégua que faz estilhaçar todos meus sonhos, todos seus sonhos.

Chega. Agora vou de vez, é a sua vez, baby. Bom proveito.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 04/04/2012
Reeditado em 05/04/2012
Código do texto: T3594623
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