O AMOR É O QUE MOVE A VIDA

Os olhares resplandeciam sobre a recatada moça, os comentários e murmurinhos surgiam. Os boatos dos suspiros de amor dela pelo rapaz mais formoso da cidade, já se espalhavam. Seus olhares ao se cruzarem faziam transparecer a paixão a primeira vista que já estava evidente no coração dos dois.

O rapaz, um jovem professor, que ministrava aulas de Geografia. Seu sorriso memorável, as palavras, a eloquência com a qual ele as empregava era algo que fazia as moças suspirarem de paixão.

Todas queriam noivar com ele. O salário de professor não era bom, mas na época a cultura se valorava. De família rica, os pais da moça, almejavam um casamento com um homem de posses, que tivesse um meio de vida garantido, não um reles professor que ministrava aulas matutinamente.

Ele, com corpanzil, com músculos, apesar de não realizar exercícios físicos com frequência, ela, um simples sorriso, que demonstrava sua serenidade, além de seus cabelos cor do ébano, pareciam terem sido feitos sob medida um para o outro.

O primeiro encontro fora apenas com um simples olhar, ela na janela a aguardar a chegada do pai, além de também observar os transeuntes que regressavam a suas casas, ele passou no meio da multidão a voltar das classes. O amor eclodiu a primeira vista, pareciam tocar sinos em vossos corações.

Após o simples olhar, a semente da paixão já estava plantada, mas esta começara a germinar tempos depois quando estes voltaram a se encontraram em um dos bailes do Clube do Progresso. A noite que para alguns pareceu rápida para eles pareceu uma eternidade, o jovem tirou a moça para uma dança, os olhares se cruzaram, e sob o som da valsa, um beijo. Algo que para época era sinal de casamento selado, para os dois o beijo fora venturoso, quanto o de um casal que já se conhecia há tempos muito longínquos. Aquele amor parecia estar escrito nas estrelas.

Os olhares continuavam a se cruzar, os lábios a se encostar, o que gerou espanto na sociedade, ali presente. Todos estavam lá, desde o mais simples padeiro ao prefeito, a ver aquela cena e posteriormente a comentar, a falta de decoro do jovem casal.

O assunto fora comentado até no maior jornal. O amor dos dois se edificara, mesmo com a relutância dos pais da moça. Porém os impedimentos, palpites e comentários a, continuavam a se opor, aquela avassaladora paixão.

Fora em uma manhã outono, quando as primeiras folhas começaram a cair, que a sala ficou vazia, os alunos que aguardavam o professor, não tiveram aula, a cidade ficava sem mais uma moça a janela a observar os transeuntes, o brilho, a beleza dos dois era perdida.

- Fugiram, Fugiram- gritava uma mexeriqueira da região.

O amor é imutável e permutável, lutar contra ele é dar murro em ponta de faca, pois este consegue ser maior do que qualquer obstáculo que a vida e qualquer pessoa imponha. Pois é ele que move o homem, é ele que move a essência dos seres, é ele quem move a vida.

Vinícius Bernardes
Enviado por Vinícius Bernardes em 05/04/2012
Código do texto: T3595664
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.