A nação está perplexa e indignada. Na cara da maioria dos políticos e, particularmente, dos jornalistas que acompanham o caso do Senador Demóstenes Torres e sabiam as manobras escusas que usava a partir de seu cargo para se manter no poder  o Senado está se transformando num sinédrio, cheio de herodianos, aliados do poder dominante.
     O que envergonha os cidadãos é verem Senadores, alguns velhos provectos, sem qualquer dignidade, verdadeiros mafiosos do poder, voltarem as costas à sociedade e fazerem-se cegos e surdos ao clamor das ruas. Estão tão enjaulados em seus privilégios na redoma do Senado que nem lhes importa o que a mídia e a opinião pública pensam deles.
     Mas, o que envergonha mesmo é a postura de membros dos Prtidos da situação e oposição. São pecadores públicos contumazes. Já haviam antes, no caso do Senador Calheiros,  enviado a ética nem sequer para o limbo, mas diretamente para o inferno. São desprezíveis como Pilatos. Este se acovardou diante do povo e condenou Jesus. Mas, antes fez um gesto que passou à história como símbolo de pusilanimidade, de covardia e de falta de caráter. Diante do povo, lavou as mãos com água. Essa bacia de Pilatos foi ressuscitada no Senado. Mas a água não é água. São lágrimas dos indignados, dos cansados de ver injustiças e dos dilacerados diante da contínua impunidade.
A "onorabile famiglia dos bicheiros" tem novos membros em sua máfia.
O povo não merece ser representado por espíritos menores, faltos de ética, desavergonhados e esquecidos de que são meros delegados do poder popular. Que mostrem a cara, que falem ao povo, que se expliquem por quê, diante de tantas provas dos relatórios da comissão de ética e do clamor das ruas, omitem-se ou agem de forma tão traiçoeira.