Confissões... A poesia e eu

Sempre gostei de escrever... Mas nunca me vi escrevendo, ou expondo o que escrevesse e muito menos escrevendo poesias. Embora sempre tenha procurado por um espaço onde pudesse soltar minha alma... Falar das dores, de amores, das tristezas, das alegrias sem ter que pedir licença. Pois, na vida onde o lápis, a caneta não podem falar, exaltar, gritar, chorar, temos que pedir licença antes de falar dos bichos e/ou dos anjos que temos dentro de nós.

Faz alguns meses, lendo um livro de uma escritora americana que quando terminei a leitura cheguei à seguinte conclusão - encontrei o espaço (o da literatura) onde minha alma vai poder correr livre como o vento; mais que o próprio vento, além dos mares, quebrando todas as correntes - E assim comecei a quebrar correntes e gritar ao vento sem gritar. Escrever para mim é liberdade de pensamentos e sentimentos.

Nunca pensei em escrever poesias, aliás, nunca achei que pudesse escrevê-las. Mas num momento de desespero, de dor, foi a ela que pedi socorro ou iria explodir. Passado o momento e o sofrimento a esqueci. Queria mesmo era escrever textos sociais, políticos; ter minhas dislexias, ou seja, expor minha opinião sobre essa sociedade hipócrita, que quase sempre me dar enjoo e vergonha, dela fazer parte! Escrevi alguns textos e escrevo; mas no momento a poesia se faz mais presente. É tanto que humildemente pedi a ela um pouco do seu poder de encantar e de cantar para também falar dos prantos, das questões sociais, dos algozes...!

Não sou poetisa, sou uma mulher, um ser humano com sonhos e muita vontade de ver ainda o nascer de novo sol, anunciando um mundo melhor para todos. E a poesia me dá esse momento de renascer, viver e sentir o que ainda está por vir.

A poesia vem a mim como a brisa que vem do mar, suave; a me tocar, a me acariciar... Se junta ao vento e vem a falar baixinho, sussurrar a beleza da vida, do tempo e das tristezas de muita gente... A poesia alimenta em mim o fogo; o fogo dos sonhos que mantém em mim acesa a chama da vida. Explode minhas emoções de alegrias, de tristezas, de amor e as faz serem palavras; palavras de sonhos que nunca foram vividos, mas, ela, a poesia, pode fazê-las reais ou eternizá-las em contos, prosas, sonetos, rondel, trovas, poetrix... Não se assuste, tudo isso são formas que a poesia nos dá para vida ser menos silêncio, menos sem graça, menos dolorida... E a deixar mais bonita, cheirosa, sedutora, amorosa, amável, inefável, com mais fulgor, com mais alvoradas!

Portanto, confesso, sou poetisa sem razão, sem identificação; perdida dentre as palavras que se fazem versos; versos que vem das minhas entranhas e se alimentam nas correntes sanguíneas do meu coração. Meus gritos são silenciosos, meu choro é bálsamo para minha alma, meu cheiro é de rosas, minha respiração faz-se orvalho, meu calor é ardor, meu olhar só fulgor, meu amor só embevecimento que deixa o meu corpo em êxtase...! Amo a poesia, ela, sedução e renascimento! Assim renasço e me renovo em todos os versos dessa poesia!

Natal-RN, quinta-feira, 05 de abril de 2012, 14h42min