...no dos outros, é refresco!
O Dr. Proctologista, aéreo, vinha pela calçada rumo ao banco, a fim de guardar mais um dinheiro, ganho às cústas dos pacientes. Avistei-o ao longe, imaginando quantos esfíncteres ele já havia violado na vida. E, como todo bom machão machista, disse a mim mesmo: “Fique tranquilo. Até lá, a tecnologia é outra, e não vamos precisar disso.” E relaxei. Nunca agradou-me a ideia de, depois de certa idade, ter de fazer isso todos os ânus. Falava ao telefone: “O cara abriu as pernas, e eu meti um. Ele bobeou, meti outro. Quando ele percebeu, eu já tinha enfiado três! Goleiro ruinzinho aquele, viu?” Ufa! Respirei fundo. Falava do jogo dos Masters do fim de semana passado. Caminhava em direção à porta a figura que se avolumava. Um dr. grandalhão, cujos óculos, a meu ver, eram para que realmente não errasse o alvo. Gesticulou, com o indicador em riste, respondendo a uma pergunta que não pude supor, e emendou, naquele gesto: “Se preocupe não. Depois, te dou uma ligada.” Estremeci. Ao alcançar o degrau que havia à entrada da porta da agência, pisou em falso e caiu, feito uma manga podre. Bateu o nariz no balcão de depósitos, e sangrou muito. Aí, pensei: