SEU CHICO, O BODEGUEIRO

SEU CHICO, O BODEGUEIRO

A pequena bodega do Seu Chico era quase sempre frequentado por bêbados. Na frente da mesma, era o local onde se vendiam bebidas. Ao lado, uma pequena mercearia. Bebiam pingas enquanto jogavam sinuca. Algumas pessoas ficavam jogando e conversando. Outros apenas “enrolando” com um copinho de cachaça. O bodegueiro cansado ficava até tarde da noite porque não queria perder os fregueses. No outro dia teria que abrir cedo para um público diferente. Eram os trabalhadores que tomavam café da manhã no seu estabelecimento, garantindo a sua fonte de renda. Ali era o seu ganha-pão. Enfim, eram os que sustentavam seu pequeno negócio de onde tirava o sustento da família.

Assim é a vida de muitos trabalhadores desse ramo. Procura não tratar mal os clientes, porque sabe que o pouco que compram dele, ajuda muito.

Como já pude ver, um pequeno comércio como esse, se for mostrado na mídia, a freguesia aumenta. Seu Francisco queria mesmo, era ter uma vida um pouco melhor. Que as pessoas conhecessem os salgados deliciosos que sua esposa fazia.

De repente surgiu uma oportunidade de ser visto por mais gente. A equipe de uma televisão local fez uma reportagem e... adivinhe quem foram entrevistar? Ele mesmo. O Chicão... Aí foi a grande tacada. Mostraram suas coxinhas, bolinhos, pastéis de carne, de queijo, de palmito e outros saborosos petiscos. Ficou conhecido na cidade. A procura aumentou 100%.

Quantas pessoas como Chico existem por aí que trabalham duro e ganham pouco, mas quando tem uma oportunidade de ser mostrado, sua vida muda? Fica conhecido e famoso. Pra mim esse é um papel fundamental que a mídia exerce na sociedade.

(Christiano Nunes)