Brinquedos.

Então do nada inventou-se o brinquedo de juntar, isso aqui e isso la, mais disso aqui e mais daquilo lá.

Então inventou-se o brinquedo de separar. Estes tem que ficar aqui e aqueles lá e está é a barreira entre estes e aqueles.

Então inventou-se o brinquedo de mexer. O que era complicado sem o vento.

Então inventou-se o brinquedo de comer. E o que era separado passou a mexer sem vento e usar o que comeu. Mas o que sobrava pesava e mexer durava pouco.

Então inventou-se o brinquedo de evacuar. O que ajuda a mexer fica pra gastar e o que não ajuda sai.

Então inventou-se o brinquedo de respirar. Afinal era preciso ajeitar a forma como usar bem o que se comia pra poder mexer.

Então inventou-se o brinquedo de se multiplicar. Mexer sozinho não tinha graça.

Então cada um desses brinquedos fora aperfeiçoados, de maneiras diferentes. Tanto mudou, mudou e mudou que só esse brinquedo ficou meio chato.

Então inventou-se o brinquedo de pensar. E este também foi se aperfeiçoando e mudando e mudando. Até que ficou grande e indesligável, poderoso.

Trouxe paixão e fúria e era um brinquedo, tão estranho, mas tão estranho que era dificil de explicar como funcionava.

POrém meus amigos lhes digo que com esse brinquedo se brinca com mais do que mexer.

Se brinca de buscar e procurar. Que é uma brincadeira interminável.

Afinal pra quê tantos brinquedos?

Ana K Santos
Enviado por Ana K Santos em 15/04/2012
Reeditado em 16/04/2012
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