A CALOTA

A calota

Sil Cervantes

Juro que não é lorota!

Dias pares, minha amiga Goretti passava em casa

6:20 da manhã para me dar "carona", e dias ímpares, eu a pegava

para irmos juntas para a escola, afinal, morávamos no mesmo

bairro e íamos para o mesmo local de trabalho.

Numa terça -feira, eu a peguei como de costume, e no caminho

escutamos um estrondo vindo de uma das rodas do carro.

Ao passar numa lombada, a calota dianteira do lado esquerdo,

soltou e correu pela avenida movimentada. Não tinhamos como parar

o carro e recuperá-la.

Seguimos nosso caminho...

Trabalhamos o dia todo, por vezes lamentando o fato de que

não se vende uma calota, e sim o jogo todo para recompor uma só perdida.

Mas afinal, o que é um joguinho de calotinhas se o carro ainda estava inteiro?

Por volta das 13:30 horas fazíamos o caminho de volta, eu a deixava

em sua casa e para tanto, passava pelo mesmo caminho da ida.

De repente Goretti grita!

_ Silvana, veja!

_ Ali na guia, a sua calota bem ajeitada. Alguém achou e a deixou

a nossa espera!

Parei o carro, Goretti desceu feito uma gazela saltitante, pegou a calota,

colocou embaixo do braço e subiu no carro.

_ Puxa, que bom, disse eu, ligando o carro e partindo

devagar o suficiente para olhar a calota e ver a sua marca:

FIAT!

Bravo!

!!!! Meu carro era um Gol, da Volkswagen !!!!!

Olhei rapidamente pelo retrovisor e vi um carro estacionado ( Fiat)

e um homem que trocava o pneu, bem ao lado de onde

"recuperamos" a perdida calota .

EXATAMENTE !

Duas moçoilas bem apessoadas, estacionaram um Gol verde as 13:40 da tarde

numa avenida movimentada de São Paulo e enquanto um senhor trocava tranquilamente

o pneu do seu carro, viu sua calota ser FURTADA por uma gazela saltitante...

Sim, sem querer roubamos o pobre homem...

Quando dei a volta no quarteirão para devolver e desfazer o mal entendido, ele já havia partido.

Portanto, se o senhor teve sua calota furtada bem na sua frente, dia

19 de Março de 2.002 por duas doidas em Sampa, saiba que foi absolutamente

sem querer!

Ufa, já posso dormir em paz!

Silvana Cervantes
Enviado por Silvana Cervantes em 20/04/2012
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