Fazendo analogia
     Em setembro de 2008 o finlandês Matti Juhani Saari de 22 anos entrou armado em uma escola técnica na cidade de Kauhajoki, oeste da Finlândia, matou dez pessoas e depois se suicidou. Foi à época, o segundo caso em menos de 12 meses de um ataque, como esse, realizado no país nórdico, onde o porte de armas era liberado para maiores de 15 anos. E sabemos que a coisa não parou por aí. Depois do incidente, a idade permitida subiu para 18.
     A Finlândia é conhecida por ter a melhor educação do mundo, desde o básico até a universidade todo o ensino é gratuito. O país tem nível quase 0 de corrupção, a economia é estável, os sistemas de saúde e saneamento funcionam e o finlandês goza de um alto padrão de vida. Na contramão disso, sofre com um dos invernos mais rigorosos do planeta e a carência de luz solar. Os jovens não têm opções de lazer e a população é vista pelo resto da Europa como fria e que pouco sorri. O país é clinicamente depressivo e o índice de suicídios é o terceiro maior do mundo.
     Aqui no Brasil de Tiradentes a segurança e a educação são decrépitas, a saúde é agonizante, o sistema de saneamento é podre, e a economia, vá lá, melhorou, mas os recursos ainda são muito mal distribuídos. Em compensação temos carnaval, samba, praia, cerveja, mulher e futebol!!!
     Aí vem a analogia... O que você prefere: ir a um restaurante e pedir faisão caramelado com aroma de laranja (imaginem o prato: uma coxa de faisão menor que coxinha de casamento, quatro gotas de laranja e um raminho de alecrim), ou um comercial contrafilé com arroz, feijão, fritas e uma saladinha?