Escravidão

Escravidão

Bem, sempre alguém comenta algo interessante,lorotas ou não.

Na maioria das vezes, sentimos na pele o calafrio da escravidão. Se estamos em terra torna-se difícil a travessia, porque as feras racionais,k k k k,nos amedrontam, mostrando suas presas afiadas e seus olhos de serpente.Se estamos sobre as águas,só temos um barco furado, onde os remos estão trancafiados e protegidos,esperando que nos afogamos, para no dia seguinte exibirem na primeira página.Notícia quente, não é?

Quem consegue sair, sobrevive por ser artista, e por usar a sabedoria atravéz do silêncio. Sem asas para voar, divertem seus senhores com um sorriso inocente.

O alvo, a imaginação! Ma atingir a quem?

E alguém conta:

“Eu, era apenas um garoto pobre, filho de mãe e pai analfabetos, não podendo continuar os estudos, tive que trabalhar.Mas trabalhar onde?

Toda empresa que eu visitava, pediam currículo. Onde eu iria conseguir um?No meu barraco?Com meu armário vazio?Com meu sapato sem sola?Ou seria com o filho do fazendeiro que fez o primário comigo?

Com certeza a informação dele seria a de que não se lembra mai di eu!!

De repente eu cresci, e agora que sou grande, posso provar que existo, com o currículo do bertrano, e do cicrano. Podem perguntar di eu e todos irão dizer:”O que querem com ele, boa gente, meu!”

Eu preciso trabalhar, de qualquer forma, tenho que ganhar o meu pão de cada dia, e alem, sou respeitado na minha área, no meu pedaço, chamado bairro do fulano de tal.Aqui,os filhos dos doutores e empresários, entram, trazem o poder de fogo, e por mim tem grande respeito. Que vidão!!

Porem, la no bairro nobre onde eles moram, na faculdade, nos clubes , eles são chamados de cidadãos. Homens da lei e da ordem.

A lei democrata não permite que eu pise em suas terras, quero dizer, no seu pedaço, na sua área.

E assim se prossegue. Aqui é dieu, la, do seis, se invadi, morre!Se não mata, chicoteia. E quem irá acabar com isso?Alguém sabe? Você pode me responder?O garoto pobre, continua sendo ieu!O burro e delinquente. O drogado e sem educação.

Chave de cadeia, o perigoso do morro e das quebradas."

Bem, esta é apenas uma, das histórias que eu já ouvi.Perto de outras, quase chega ser uma conversa de pai pra filho.

Todos nós sabemos que democracia é liberdade. Porem só existe onde a fome e a miséria nunca chegou. Entre os que se julgam inteligentes o bastante para governar. A verdade é que tudo se copia, assinam, e nem sequer se dão o trabalho de ler, Quanto mais o de analisar e agir com justiça.

A máquina trabalha sozinha, há tempo para pensar em uma viajem para o exterior!

Miséria e justiça, para eles são apenas palavras contidas no dicionário, e copiam para fazer belos discursos.Sorrisos sarcásticos esticam lábios mentirosos, próximo as eleições.Os óculos importados, disfarçam o descaso, e as máscaras nunca caem.

Hoje, somos uma mistura de raça, numa singular união de desencantos.Uma família desencontrada, onde cada um lamenta por suas correntes ofensivas,oprimidos pela repressão,e acovardados contudo.

Garras afiadas pisam sobre nós, porque há pretensão. A de chegar no trono e trabalhar em benefício da minoria.Depois notificam quantas cestas básicas doaram aos escravos eleitores, que esperam pelo pão de cada dia. Não é mais que míseros grãos, não mais que uma hipocrisia.

E quem irá fazer a faxina, senão esta família desencontrada, formada por todas as raças.

Acorda Brasil!

“ A cia. Art. Revolucionária Psiquicrônica apresentou a peça Mendigos e Vagabundos em Hortolândia, assistida por mais de 1000 pessoas,

Uma semana depois de ser publicado esta matéria no jornal da cidade.

A peça foi interpretada por atores amadores que freqüentaram as oficinas teatrais do Projeto Naturarte. O texto fala sobre a vida suburbana e do movimento político do nosso país .

Branca Tirollo

Diretora da cia art.

limaodoce
Enviado por limaodoce em 21/07/2005
Reeditado em 14/10/2008
Código do texto: T36265
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.