100 – A Caminho de Matisse e &

São 9 e pico da manhã. Acabei de entregar na recepção do HotelSingel as chaves do quarto n.º 37.

A manhã está calma e faz sol.

Vou apanhar o 9 para o Hermitage.

Vou ver Matisse.

Passam grupos de jovens com mochilas às costas.

Poucos carros.

Felizmente.

Bicicletas e bicicletas.

Mais e mais bicicletas.

Ao fundo,

avisto um comboio parado na estação Central.

Estou a curta distância da Estação Central.

Tomei o pequeno almoço às 8.

Pelos restos nas mesas,

vi que já lá havia estado muita gente.

As miúdas de mochila, que passaram por mim há pouco, estão sentadas mais adiante a uma mesa de café.

Mais bicicletas.

Fazem um leve zumbido parecido ao das abelhas.

Pombas:

passeiam

voam

pousam.

Um gato amarelo apanha sol deitado na vitrina do n.º 10 da rua acima da Singel.

Não vejo o nome da rua.

Gatos!

O 9 passa pelo Hermitage?

YES. Onde é que se apanha?

IN THE OTHER SIDE.

OK.

Entrei no 9.

A condutora é uma senhora loira.

De meia idade?

YOU PAY BACK THERE. THEY WILL HELP YOU.

Espero que sim.

É um enorme Tramway.

Só passado um pouco é que notei que o homem que vende os bilhetes está sentado numa cabina ao fundo.

Fui lá.

CAN YOU TELL ME WHEN WE ARRIVE THERE?

YOU WILL HEAR IT.

IT IS ANNOUNCED: HERMITAGE.

Seguimos por um caminho diferente.

Do de ontem.

E do de anteontem.

Pontes e pontes.

As pontes de Amesterdão servem apenas para atravessar canais.

Não são obras de arte.

São obras de engenharia.

Passei há pouco por uma das poucas pontes mais elaboradas.

Cheguei à entrada do Hermitage.

Está ainda fechado.

Faltam uns dez minutos para abrir.

Sento-me em cima de um poste de amarração do cais.

Junto à porta,

sombra, aqui,

uma poça de sol.

Sabe bem.

Zunidos e zunidos de bicicletas.

Aviões e mais aviões por cima.

O aeroporto não fica longe de Amesterdão.

Mas não dentro da cidade.

É a estação antes da estação Central de Amesterdão.

Aí uns vinte minutos de comboio.

Pelo menos no Thalys.

À porta do Hermitage

23 de Julho de 2011

Mário Moura

Mário Moura
Enviado por Mário Moura em 26/04/2012
Código do texto: T3633808
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