Nessa manhã enquanto me barbeava,  me peguei pensando por que escolhia tal ou qual livro para começar a ler! As hipóteses aleatoriamente:

1. Porque alguém, com gosto não duvidoso, recomendou. Até porque se as senhorinhas que lêem Zibia Gasparetto na empresa me indicarem alguma leitura, apenas agradecerei com um sorriso amarelo.

2. Porque li uma resenha bem feita no jornal – claro, desde que não haja grau de “parentesco” entre o autor da obra e o responsável pela crítica.

3. Porque uma capa ou uma lombada, de tão bonitas, se destacam na estante da livraria ou da biblioteca. Sim, é impressionante o poder de uma capa bem feita e de um projeto gráfico que não seja R$1,99!

4. Porque o título é muito curioso e as orelhas são bem escritas.

5. Porque tenho obrigação sem ser profissional.

6. Porque o livro é um clássico ou de um autor clássico.

7. Porque o livro é um best-seller – claro, desde que o autor não seja  ‘un lapin” e seja alfabetizado.

Pensei, pensei e concluí que eram esses os motivos. Aí fui fazer o teste: por que comecei a ler o livro que agora está na minha cabeceira? O livro: “As travessuras da menina má”, do Mario Vargas Llosa.

O motivo?

Não era propriamente nenhum dos acima listados!

Puxei pela memória e me lembrei o motivo. Eu estava no metrô de São Paulo e ao meu lado uma loirinha siliconada (que exuberâncias, Cristo!) devorava as últimas páginas de um livro. Ele estava entusiasmada,  rindo a cada parágrafo – embora o vagão estivesse lotado e o relógio ainda não tivesse marcado oito da manhã.

Eu, curioso, espichava o pescoço para descobrir o livro. Mas nada! Na última página, a gost...,digo, a garota, ria mais ainda,  e olhava para o reflexo da multidão em pé, agarrada nos ferros. Ela sorria e pensava sobre o que acabara de ler. E eu, quase morto de curiosidade, continuava louco para descobrir o autor ou o nome do livro.

De repente, quando estávamos chegando à estação Santana, ele se levantou e, de relance, vi o título: “Las travesuras de la niña mala”.

Ufa, que alívio! Enfim descobrira o que a levava  a se divertir tanto, tão cedo! Além disso, acabara de ganhar, por meio de um sorriso despretensioso, uma boa recomendação de livro.. Ela notou-me, pode?
 Obrigado, garota!A sua satisfação valeu mais do que recomendações pessoais, resenhas, críticas, capas ou orelhas! O livro é realmente bom e vale muitas risadas! 


 

 P.S. O metrô de São Paulo é um inferno no horário de pico. Mas em compensação como tem mulher bonita. Só hoje me apaixonei umas cinco vezes.