VISITA

 
Sempre ouvi dizer (ou eu inventei) que fada só faz uma visita a cada casa; ou você aproveita a oportunidade, ou jamais terá outra.
Eu acho que tirei o maior proveito da minha!
Dessa inesquecível visita retirei muitos ensinamentos, fui cúmplice de uma notável série que a autora intitulou "Série Pedra Negra" e, também, fui tocado pela varinha de condão, possibilitando que eu tivesse uma visão diferente de tudo que já tinha visto durante anos e
que a cegueira poética me impedia sentir em toda a sua plenitude.
Tal transformação conduziu a minha mente para os mesmo fatos, as mesmas imagens que eu já cansara de ver, sem perceber toda a dimensão cósmica que carregavam.
Pela vez primeira, aventurei-me a criar Haikais e, para meu espanto, até que não me sai mal !
Do convívio com a nossa poetisa maior, Ana Flor do Lácio, talvez  tenha aprendido mais, nesses três dias de convívio que tivemos, em termos literários, do que no resto da minha existência.
Toda essa série, que guardo com o maior carinho, tocou tanto e tão profundamente a minha sensibilidade, que criou uma divisória no tão decantado "antes e depois"; abriu meus olhos para o maravilhoso colorido das coisas aparentemente simples, mas que só se mostram aos privilegiados olhos do artista.
Sinto-me imensamente honrado pela oportunidade que a fadinha me deu, e por ter, de certa forma, contribuído para a arrebatadora criação  de tanta beleza, na sua mais pujante singeleza.
A visita pode até ter sido a última, no que, realmente, não acredito, pois, mesmo sem a presença da fada que a levou lá, a magia passou a integrar todo aquele espaço e deu-lhe, pelo menos aos meus olhos, uma aura de permanente encantamento.
Obrigado, ma cheri et poétesse, Aná, que Deus a proteja e derrame sobre você, cada vez mais, a dádiva que jamais lhe negou.
Até breve!
paulo rego
Enviado por paulo rego em 29/04/2012
Código do texto: T3640300