( hoje eu vou assaltar um banco)

HOJE EU VOU ASSALTAR UM BANCO.

Um banco que tantas vezes me assaltou. Será um caso típico de "reciprocidade". Já fiz análise de "risco e benefício".

Tenho a encoraja-me o Congresso Nacional do meu País, um covil de ratos impunes.Li tudo sobre a lei e suas penalidades.

Vou procurar um brilhante criminalista, conhecedor profundo de todos os recursos, habeas corpus, delação premiada, liberdade condicional, etc. Um advogado que mesmo eu tendo sido filmado de toca Ninja, d e uma R15 estourando a tesouraria, prove na justiça que a fita é ilegal por falta de autorização judicial.

Ele precisa ser amigo de um Juiz corrupto, tipo Lalau, conhecido como "bandido de toga", e de um delegado cujo preço esteja em promoção.

Eu preciso de R$5 milhões, mas terei que roubar R$10 milhões pelos justos motivos abaixo: 50% pra mim, 20% pro advogado, 10% pro Juiz e 10% pro delegado.

Alguém mais atento dirá: Mais ai dá 90%. Eu explico mais adiante. Quem tem alguma noção de contabilidade bancária sabe que, por instrução do Banco Central, todos os resultados apurados no exercício fiscal (lucros e perdas) devem ser lançados a posteriori no passivo/ativo do ano em curso, e se houver recuperação de prejuízo posteriormente, serão lançados como LUCRO LIQUIDO, a priori no balanço do ano seguinte.

Logo o Banco vai ter que lançar esse prejuízo de $10 milhões.

E o que são $10 milhões para um Banco que teve uma lucro líquido de R$40 bilhões. Repito: R$40 bilhões!!

Ademais, esse prejuízo será "diluído" entre milhões e milhões de acionistas que transforma isso em centavos.

No ano seguinte o meu advogado vai ligar pro Banco dizendo que pretende fazer um acordo sobre aqueles $10 milhões já lançados como "perdidos". Proposta: 1 milhão (os 10%, lembra?) sob a condição de dar baixa no processo contra mim.

O Banco topa, e esse milhão vai entrar "contabilmente", como LUCRO no presente exercício.

Assim sendo, no final da história todos ganharam, até o Banco.

E só perdi...A VERGONHA DE SER DESONESTO.