A mudança é indubitável, já o progresso uma questão controversa.

O progresso e a mudança são rios que eclodem de um mesmo leito, mas se dividem em afluentes quando a ideologia de cada processo é colocada em xeque. Do mesmo modo que este curso natural de água se faz necessário à sobrevivência humana, a alteração de paradigmas e o progresso se tornam indispensáveis. Assim como a água que flui por este possui um específico foco de utilização, cada qual destes processos assumem determinado objetivo quando contextualizados. E apesar de não serem controversos, alcançam de maneiras diferentes o âmbito social e tecnológico, acarretando assim uma relativa superioridade humana em relação às outras espécies.

De acordo com a teoria científica, a mudança, ou seja, a evolução pode ser associada ao conceito de progresso, os quais apesar de atuarem em vertentes que se assemelham, se diferem quando são colocadas em evidência as características ideológicas de cada qual, já que a evolução é natural como o crescimento de uma árvore, a qual independente da vontade humana se executa, já o progresso é como uma folha de papel, que apesar de provir de uma árvore, depende de um conjunto de fatores para existir, como a aderência popular para sua utilização.

Partindo desta ideia, Mattoso Câmara, conceituou que o progresso é fruto de um processo gradual, que não se eclode, mas que se constrói. Partindo disso a mudança, nasce fruto a uma necessidade e se edifica junto ao progresso, derivado da aderência popular a uma determinada ideologia. Apesar de estas vertentes andarem juntas, estes vêm a assumir aspectos diferentes quando relacionados à sociedade.

Conceitos aparentemente semelhantes, na ocasião de uma análise superficial, estes vêm a se diferir quando se busca um estudo profundo já que o progresso relaciona-se mais ao âmbito tecnológico do que com o social, diferente da mudança que é o inverso disso. Portanto, enquanto a mudança (evolução) atinge uma massa popular, o progresso limita-se aos membros elitistas.

Gera-se assim, uma relativa superioridade humana, não só de um homem para com outro, mas em relação às outras espécies, fruto ao desenvolvimento desta capacidade de alterar meios e paradigmas, fazendo com que este superasse os limites corpóreos e barreiras naturais impostas à espécie. Acarretando assim uma elevação da espécie humana, se tornando por meio disso um ser preponderante na classe filogenética.

Por conseguinte, a mudança e o progresso, apesar de homólogos divergem-se ao passo que a mudança é um efeito natural, como o meio ambiente, que nasce independente da vontade humana, já o progresso, estabelece uma relação de necessidade da aderência de uma sociedade a uma determinada ideologia, do mesmo modo que se resulta do homem a assimilação do conceito de preservação do meio, para a conservação da vida aos seus descendentes. Conclui-se assim que a mudança é indubitável, mas o progresso uma questão controversa.

Vinícius Bernardes
Enviado por Vinícius Bernardes em 05/05/2012
Reeditado em 05/05/2012
Código do texto: T3650941
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