De quem é o seu gosto
Pouca gente conhece os resultados dos pensamentos que fervilharam na Europa nos séculos de XV a XVIII. O Mundo passou pelo Renascimento, Iluminismo, Revolução Industrial, Revolução Francesa; acontecimentos que mudaram a sociedade, determinando regras, conceitos e até mesmo leis hoje vigentes.
Um dos grandes pensadores - não desta época mas influenciado por - Émile Durkein ( 1858-1917 ) defendeu a premissa da “coerção social”; onde regras e costumes da sociedade moldam os indivíduos a agirem de forma determinada. Segundo Durkein o homem em sociedade vive de acordo com princípios exteriores à sua própria vontade.
Traduzindo, você usa certo modelo de roupa porque foi condicionado a isto; você também não usa outro determinado tipo de roupa por força maior e até quem não usa nenhuma roupa, na praia de nudismo, é vítima da coerção social.
Reflita agora os infindáveis conflitos entre gerações de pais, filhos, avós; a briga com seu namorado por causa do tamanho da saia ou mesmo você que encerrou o relacionamento com sua namorada porque queria usar a saia dela ou coisa pior. Pois bem, você acabou de descobrir que sua opinião não é sua.
Mas não se entristeça, ainda, porque é mais grave se você não fizer nada. Não fazer é fazer, já que sofremos a coerção. Caso não haja conflito familiar, é sinal que as regras da educação, impostas pela sociedade, determinaram que você não tenha conflitos familiares, nem com seu namorado e, também, não permitiram você retirar caca do nariz e colocar embaixo da mesa da sala de aula, coisa rara.
O consolo, ao menos para mim, está no não fazer é fazer. Eu não faço nada e tenho a absoluta certeza de que estou fazendo muito... parado, deitado, preguiça, refrigerante, biscoito recheado, controle remoto, celular na mão. É melhor eu fazer alguma coisa, vou dormir. Aproveite e vá dormir você também. Mas tenha a certeza de que se você for, pode ser vítima da coerção, se não for, também será. Durma com essa !