Jardim da Esperança

Estava sentada em um jardim, quando de repente, a minha frente surge uma criança em uma cadeira de roda, mas vendo que estava pensativa, disse-me:

Oi tudo bem! Então sai dos maus pensamentos, me entreguei à conversa, que iria surgir!

Ele na sua integra postura, perguntou-me:

O que você achava deste jardim? Então eu o respondi:

Que aquele jardim era muito lindo, que me trazia muita paz. Ele por sua vez, concordou, disse-me:

Aquele lugar era o seu refúgio, ali não tinha ninguém olhando com piedade e nem preconceito, disse que em casa era tratado com piedade, mas na verdade coitado eram eles que não enxergavam as minhas habilidades, inteligência, personalidade e que tenho potencial.

E continuou a relatar:

Quando fico sozinho no meu quarto, tento por varias vezes a noite, levantar, sinto muita dor, mas não vou desistir, um dia poderei andar, sei que posso, e vou continuar tentando.

Fiquei muito impressionada com aquela conversa, e percebi que aquele garoto tinha determinado na sua vida provar sua capacidade, não só para si, mas para o mundo todo, que ele poderia andar.

Então resolvi perguntar:

Que tipo de preconceito sofria?

Ele respondeu que no colégio onde estudava as crianças não sabiam brincar com ele, deixando sempre de lado, que já estava cansado de ficar isolado.

Então perguntei:

Você nasceu com necessidades especiais?

Foi então que me disse:

Que foi após vivenciar uma briga entre seus pais, sentiu tanto medo, no dia seguinte não conseguiu levantar sozinho.

Olhei para ele, e disse:

Se você quiser, com certeza voltara a andar, sei que Deus esta contigo.

Dei um beijo em seu rosto e disse:

Ate outro dia!

Carinhosamente me abraçou e me beijou dizendo:

Foi muito bom conversar com você.

Aos meus 53 anos, estava sentada no mesmo jardim, quando surge um rapaz ao meu lado, pedindo licença para sentar, quando virei para dizer, fique a vontade, senti uma leve semelhança com alguém que já havia visto.

Ele olhou para mim, e disse:

A senhora não mudou nada, continua do mesmo jeito.

Então lhe perguntei:

De onde me conhece rapaz?

Foi quando me revelou:

Aquele menino da cadeira de rodas, sou eu! dizendo que naquela mesma noite havia voltado a andar.

Não sei o porquê, mas chorei como criança, foi um choro com muita emoção, porque de alguma forma consegui contribuir com a sua determinação, fiz com que ele se fortalecesse nas minhas palavras, ele conseguiu.

Ele voltou a andar!

12/Maio

Por: Noemia Jambo

Embaixadora da Poesia Noemia Almeida
Enviado por Embaixadora da Poesia Noemia Almeida em 12/05/2012
Reeditado em 02/06/2012
Código do texto: T3664512
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