Pátria Amada,

      Cá estou eu ‘deitada em berço esplêndido’, ao ‘som do mar e a luz ‘ do engodo político de mais uma “Comissão Parlamentar Mista de Inquérito” que é ‘gigante pela própria natureza’, - Cachoeira de águas profundas -, dos escusos interesses político-partidários.

      Berço, de onde não se vê que ‘a justiça e a verdade se beijam’, cuja ‘clava forte’, representada pelos seus pares adestrados, mais uma vez zomba dos ‘ filhos deste solo’ e desafia o 'nosso peito a própria morte’.

      E, porque ‘fogem da luta’, não fulguras mais, ‘ó Brasil’, como o ‘florão da América’ mas, antes, como o 'figurão legítimo' da corrupção institucionalizada  e de cujo 'cruzeiro não resplandece’ que ‘o teu futuro espelha uma grandeza’.

      E, ‘em teu formoso céu, risonho e límpido’ não há um 'impávido', um 'colosso’ á defender-te, pois já não ‘és Pátria Amada, Brasil’!?
 
     E diz-nos, também, ‘o verde-louro desta flâmula’ que teus saqueadores são legítimos representantes dos ‘filhos teus’.

      Então, rogo-te, ‘Ó Pátria amada’:

     - Não me enterre no ‘teu solo’ enlameado por águas purulentas á escorrer, em cachoeiras e como um ‘raio vívido’, dos seios, e dos poderes, desta mãe, outrora gentil, e, hoje, sem glória. 

     E porque morro a cada verso que se encerra nestas linhas, enquanto cidadão brasileiro, suplico que minhas cinzas sejam jogadas no espaço sideral, longe, deste buraco negro - 'dentre outros mil'  - 'dos teus bosques' já sem vida, sem flores, sem amores, sem um raio sequer de esperança a iluminar um novo mundo!

     Assinado:
     ...Um filho teu!


 


Liliane Prado
Enviado por Liliane Prado em 18/05/2012
Reeditado em 15/07/2018
Código do texto: T3674520
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