São Dois pra Lá, Dois pra Cá
Preciso comprar sapatos. Não! Não estou carente, deprimida ou na TPM. Aliás, posso afirmar com convição: nem toda mulher que diz precisar de sapatos ficaria igualmente satisfeita com chocolates ou um namorado novo.
Quando eu afirmo que preciso de sapato, é porque preciso mesmo de sapatos. Os poucos que tenho, confortáveis o bastante para me acompanharem a uma festa ou me sustentarem durante toda uma jornada de trabalho, já estão tão batidinhos que, nem um engraxate muito competente daria jeito.
Os pisantes mais novos estão assim porque não consigo usar por tempo o bastante que me permita gastá-los.
O resultado é que preciso urgentemente de sapatos. O inconveniente é que morro de preguiça de comprá-los.
Na verdade, o problema são meus pés. Tenho pés de pato, começam finos nos calcanhares e vão se alargando em direção ao infinito, os mindinhos são gordinhos e altos. Ou seja, duas chulapas! Não são pezinhos delicados que se encaixam em qualquer scarpin, embora eles tentem - e muitas vezes consigam - me enganar. Especialmente, nas sapatarias. Lá, eu viro a Cinderela: qualquer sapatinho de cristal me serve, como se pelúcia fosse.
Mas, bastou meia hora dentro deles, para que eu me torne uma das irmãs más e meus pés se encham de calos e nódoas avermelhadas e doloridas.
Inevitável lembrar a Elis em Dois pra Lá, Dois pra Cá. Só consigo pensar em um band-aid que me proteja os calcanhares. Sou capaz de pagar por ele, o preço dos sapatos, que nunca são baratos. No desespero, já usei durex, fita isolante e até aquele celofane bem fininho que envolve a carteira do cigarro. Se nada disso estiver disponível, vou de dois sapatos prá lá, dois pés pra cá e sigo descalça. Quando não dá para me livrar do torturante calçado, apelo para o uísque com guaraná até que me sinta andando nas nuvens. Só não posso exagerar. Afinal, tudo o que eu não quero, não preciso e não desejo, é ter, além dos pés de pato, um belo pé inchado.
*****
Este texto faz parte do Exercício Criativo - E o Band-aid no Calcanhar
Saiba mais, conheça os outros textos:
http://encantodasletras.50webs.com/bandaid.htm
Quando eu afirmo que preciso de sapato, é porque preciso mesmo de sapatos. Os poucos que tenho, confortáveis o bastante para me acompanharem a uma festa ou me sustentarem durante toda uma jornada de trabalho, já estão tão batidinhos que, nem um engraxate muito competente daria jeito.
Os pisantes mais novos estão assim porque não consigo usar por tempo o bastante que me permita gastá-los.
O resultado é que preciso urgentemente de sapatos. O inconveniente é que morro de preguiça de comprá-los.
Na verdade, o problema são meus pés. Tenho pés de pato, começam finos nos calcanhares e vão se alargando em direção ao infinito, os mindinhos são gordinhos e altos. Ou seja, duas chulapas! Não são pezinhos delicados que se encaixam em qualquer scarpin, embora eles tentem - e muitas vezes consigam - me enganar. Especialmente, nas sapatarias. Lá, eu viro a Cinderela: qualquer sapatinho de cristal me serve, como se pelúcia fosse.
Mas, bastou meia hora dentro deles, para que eu me torne uma das irmãs más e meus pés se encham de calos e nódoas avermelhadas e doloridas.
Inevitável lembrar a Elis em Dois pra Lá, Dois pra Cá. Só consigo pensar em um band-aid que me proteja os calcanhares. Sou capaz de pagar por ele, o preço dos sapatos, que nunca são baratos. No desespero, já usei durex, fita isolante e até aquele celofane bem fininho que envolve a carteira do cigarro. Se nada disso estiver disponível, vou de dois sapatos prá lá, dois pés pra cá e sigo descalça. Quando não dá para me livrar do torturante calçado, apelo para o uísque com guaraná até que me sinta andando nas nuvens. Só não posso exagerar. Afinal, tudo o que eu não quero, não preciso e não desejo, é ter, além dos pés de pato, um belo pé inchado.
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Este texto faz parte do Exercício Criativo - E o Band-aid no Calcanhar
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