Não sou loura nem tenho olhos azuis ou verdes.


Daniel Pizza, no momento, é o cara, para mim. Seu livro de crônicas, Contemporâneo de Mim está me fascinando de tal forma que temo ficar repetitiva em meus textos, mas não posso deixar de divulgar esse talento que se foi tão cedo. Cada página que leio, sinto vontade de trocar idéias com ele sobre o assunto e como isso ainda é impossível estou grifando tudo o que me toca para aproveitar por aqui.

Em Por que escrever (27/02/1998) ele discorre sobre vários motivos que levam as pessoas a escreverem, mas a razão que mais me tocou foi a sua própria: ele termina o texto dizendo: Escrevo para me convencer. São muitos os motivos elencados por ele que justificam o ato de escrever por autores famosos, desde os mais simples aos complexos, mas que não pretendo reproduzir aqui. Para quem ficou curioso,  encaminho dois caminhos – O livro do Daniel ou o Google.

Circula na net a imagem de alguém explicando porque fala sozinho: É que gosto de conversar com pessoas inteligentes. Eu agora senti também a necessidade de fazer uma piadinha. Tal como o Daniel Pizza eu também escrevo para me convencer. Afinal não conheço ninguém que me conheça mais que eu mesma me conheço e sendo assim sou a pessoa mais gabaritada para convencer a mim mesma. De qualquer coisa que eu queira me convencer.

É claro que essa não é a única razão. Escrevo porque gosto. Escrevo porque sei escrever. Escrevo porque algumas pessoas lêem o que escrevo e outras algumas dizem gostar.

Pizza cita o que leva Lúcio Cardoso a escrever: Escrevo porque não tenho olhos azuis. Essa razão também pode fazer parte da minha lista: Escrevo porque não sou loura, nem tenho olhos azuis ou verdes. Fazer então o que? Escrever. Para chamar a atenção. Afirmar-me. Ter uma individualidade.

Houve uma época que eu escrevia para impressionar a minha professora. Ganhei prestígio na Escola. Passei a escrever redações para colegas e até amigas de outras séries. De graça? Não, escambo. Na escola sempre houve muita coisa que eu não gostava de fazer. Trabalhos Manuais, por exemplo. Desenho. E assim fui levando a minha vida de escritora inédita e anônima.
Quando digo que escrevo para me convencer não brinco, falo sério. Afinal consegui depois de muitos anos e muitas letras ajuntadas convencer a mim mesma que sou escritora. E é por isso que não parei ainda. Hoje falo com orgulho dos três ES da minha vida. Quando perguntam o que sou, qual a minha profissão, nem morta digo que sou aposentada. A resposta varia dependendo de quem faz a pergunta. Eu posso ser Educadora, Escritora e Empresária. Ou posso ser todas. 

Um presente de minha amiga Angela Faria de Paula Lima, uma das melhores poetas aqui do RL.


ADORO SUAS CRÔNICAS! permita-me uma interação:///

POR QUE ESCREVO?///
Existem mil motivos pra escrever/
Uns escrevem pra chamar a atenção/
Outros por nada terem a fazer/
Outros pra desafogar o coração//

Há quem escreva só para se convencer/
Outros escrevem pra contar desilusão/
Outros ainda falam em sobreviver/
E outros pra mostrar sua versão//

Muitos outros motivos vêm à cena/
E todos a dizer que vale a pena/
Mostrar ao mundo a sua emoção//

Mas a mim, se me lêem pouco importa/
Escrevo o que minh alma não suporta/
Escrevo por amor e por paixão!//