Muito bonito

Recebi um comentário que me afagou a alma e de imediato me fez sorrir. Sorri em razão do carinhoso elogio e também com a leveza de uma antiga lembrança.

Nesse instante pensei na importância da inflexão de voz, que o convívio facilmente nos permite saber o significado, e que a palavra escrita nem sempre tem. Porém, embora a palavra escrita nem sempre nos permita ver a expressão de quem fala, é possível se depreender do contexto a ternura da inflexão da voz. 

O comentário delicado: “muito bonito”, recebido ontem, um carinhoso elogio a um texto singelo escrito por mim, em outros tempos me pareceria soprado de dentro de um trovão, não importando que viesse cara a cara, pois significava que logo viria alguma reprimenda. Foi aí que me veio a lembrança de que lá pelos meus seis/sete anos quando eu ouvia: “muito bonito, dona Meriam!” (aí, sim, em razão de alguma arte!), era hora de fazer ares de desentendida e cara da mais completa inocência...

Confesso que na distância que ficaram essas lembranças de criança já agora tudo se iguala em ternura.




meriam lazaro
Enviado por meriam lazaro em 29/05/2012
Reeditado em 15/07/2012
Código do texto: T3693528
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