Fase...

Sentada no degrau da escada de uma casa vasia, comecei a traçar uma nova fase da minha vida.

Lembranças da minha infância e adolescência voltaram a minha mente.

O vazio da casa em que eu vivia, era semelhante ao da casa sem mobília...

Naquele momento, com caneta e papél na mão, percebi que a solidão poderia ser transformada em uma bela poesia.

Resolvi então, mobiliar o meu coração.

Um cômodo somente...

Abri a porta, e percebi que havia ali, vários compartimentos...

Paredes fortes... mas vi a nessecidade de reciclar tudo que existia ali dentro.

Comecei a minha ornamentação...

A direita, vi uma peça antiga, que se assemelhava a tristeza. neste espaço, coloquei a alegria.

Olhei para outro canto, e vi muita desconfiança. Neste, depositei boa parte de esperança.

Do lado esquerdo, retirei dali o medo.

Coloquei no lugar, força, ousadia, e perseverança.

No centro, coloquei vários sentimentos.

Amor, emoção, ternura, paixão,...

Em um jarro grande, depositei todo o amor que em mim existia.

Da casa vasia, vi a metamorfose, pois houve a somatória de sentimentos, que encheu meu coração de amor, alegria e contentamento.

Levantei-me da escada, caminhei a passos lentos...

Senti a brisa, o silêncio...

A paz que eu procurava, não estava em nenhuma casa...

Somente em meu coração, este vazio habitava.

Helena Alves

Escrita em 17 /01 /2005

Maria Lamanna
Enviado por Maria Lamanna em 29/05/2012
Reeditado em 28/09/2012
Código do texto: T3694815
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