PRECONCEITO
 
Preconceito é um juízo preconcebido e tem vestimentas com que se disfarça, podendo ser social, sexual ou racial, mas é este último o mais preocupante e o que pode, efetivamente, carregar de negros matizes toda a sociedade. nos  tristes dias que correm.
Falar de preconceito, emitir opinião sobre ele é como enfiar a mão em vespeiro, mas eu, como carioca cabra da peste, que não teme areia movediça, nem bico de carcará, vou em frente pegar o touro na unha.
Há PRECONCEITO e preconceito, sendo que este poderia muito bem ser rebatizado de "costume". Este me parece o nosso caso.
Preconceito e injustiça seguem de mãos dadas; impossível dissociá-los!
Mas daí a pensar que essa praga só tenha como vítimas os negros, acaba sendo um preconceito ainda maior.
A História capitula centenas de exemplos da prática dessa abjeta discriminação com todas as diferentes raças terrenas, Temos os ingleses, piratas genéticos e oficiais, martirizando indianos durante séculos, mantendo-os como meros serviçais, dobrando-os com braço forte, impondo-lhes uma aristocracia  ridícula que só teve fim ante um gigante-pequenino, cujo nome era Ghandi.
A mesma vergonha ocorreu (e ainda permanece) na África do Sul, onde o negro não tem acesso à instrução, deve ceder seu lugar ao branco nos coletivos, tem faixa própria para caminhar nas calçadas e banheiros e bebedouros diferenciados.
O mesmo para os americanos do norte, que a pretexto de uma duvidosa ou discutível  integração nacional, dizimaram tribos inteiras de índios, legítimos donos das terras.
Tivemos um tresloucado Hitler, que patologicamente contaminado pela obsessão de uma raça pura, levou às câmaras de gás milhões de judeus, brancos como ele.
Comparado a esses trágicos exemplos, o nosso "preconceito" parece uma brincadeira de mau gosto. O que pode nos causar, ainda, alguma estranheza é ver um negro casado com uma loura; um nissei com  uma índia ou um branco com uma asiática, mas isso, como já disse, é mais um "costume".
Temos fraternos amigos de todas as cores e convivemos muito bem com eles, sem nenhuma necessidade de normas que rejam nosso comportamento.
Sou, visceralmente, contra imposições de qualquer ordem!
Por que devemos ser impedidos de usar termos como favela e negro, tendo de trocá-los por   "comunidade" e "afrodescendente"?
Por que temos que dizer "comunidade" para não ferir suscetibilidade do negro, quando se sabe que um grande contingente de brancos também ocupa as favelas?
Há muito de hipocrisia rondando por aí!  Os falcões do populismo não perdem de vista sua presa; há um monte de votos em potencial na jogada.
Nem o negro, nem o índio, nem o amarelo, nem o vermelho necessitam tratamento diferencial, pois isso representaria preconceito contra o branco.
A única coisa realmente importante, o diferencial natural, é o valor de cada um, é a sua real capacidade, a sua força interior, o desejo de assumir seu papel na sociedade e a nossa história está plena de exemplos de homens, pseudamente discriminados, que galgaram a posições de ministros da mais alta corte, atletas medalhistas mundiais, tribunos respeitabilíssimos, presidentes de grandes nações, escritores de renome internacional, poetas célebres, cantores, dramaturgos, músicos, médicos, cientistas, religiosos, modelos pagas a peso de ouro ...
Mais expressivo, ainda, é que o próprio negro, numa demonstração inequívoca do seu orgulho, cria uma banda chamada “Raça Negra”, e  “Negro sem preconceito” e usa camisetas com a inscrição “100% negro”!
E o que dizer do carinho daquele branco ao dar o tratamento de  “minha nega” ou “minha preta” à sua companheira?
Eu sou preconceituoso! Mas meu único preconceito  é contra o preconceito, principalmente  o racial.
 
Nem poderia ser diferente, Faço só uma perguntinha aos meus leitores masculinos, muito ao pé do ouvido.
  • Quem resiste ao doce enlevo da visão de curvas suavemente delineadas,  aos lábios macios , carnudos e venenosos, ao meneio diabolicamente provocante e aos rasgados, langorosos e verdes olhos de uma mulata?  Eu, não!
 
 
(não deixe de ler a colega Giustina, a nossa Mariá)
paulo rego
Enviado por paulo rego em 04/06/2012
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